segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Resumo da ópera. Barcelona 2010

Fui lá, matei a cobra e mostrei o pau… Mostrei??? Sei lá.
Voltei a Barcelona para concluir a fase de qualificação do doutorado, lá passei por dois tribunais,o primeiro deles com apresentação do trabalho de investigação realizado nesse ano e meio que passei no Recife, metida nas periferias, freqüentando os bailes de Brega, conhecendo os personagens que fazem parte do movimento, artistas e consumidores, suas práticas produtivas, suas duras rotinas e o prazer e a dignidade com a qual realizam seu trabalho. Para mim foi surpreendente e engrandecedor conhecê-los. Resultado da pesquisa? Nota máxima: Excelente!
O segundo tribunal foi a defesa do projeto de tese e as possibilidades de acabar o trabalho de maneira satisfatória no prazo por mim estipulado, avaliando meu potencial investigador e a coerência de ideias, propostas e fundamentação teórica sobre o tema. Esse foi mais foda, eles agiram como advogados do diabo, são pessoas que eu não conhecia, não conheciam meu tema, e castigaram nas questões, foram extremamente duros, mas coerentes, me abriram os olhos para a imensidão de abordagem que o objeto de estudo me permite, e que eu deveria delimitá-lo melhor sobre pena de não conseguir fazer um bom trabalho com um tema tão vivo e instigante. E é o que pretendo fazer nesses próximos meses de trabalho definir o foco e reiniciar os trabalhos.
Em Barcelona tive novamente a oportunidade de reencontrar amigos, e conhecer gente nova. Morar fora é sempre uma aventura e nos proporciona surpresas boas e não tão boas. Vivi com gente maravilhosa em todas as minhas idas e vindas. Senti saudades, sofri, mas vivi experiências únicas.
Barcelona é uma cidade que te proporciona a embriaguez constante, tem sempre alguém disposto a sair e tomar todas contigo, e quando fazes muitos amigos, oportunidade para isso não falta. Bebi, bebi muuuuuuuitooo. E foi bom... Exorcizei todos meus demônios voltei pra casa leve como um passarinho. Estar entre amigos é sempre gratificante, estamos sempre aprendendo com cada um deles e descobrindo a riqueza de alma dos seres humanos, ainda podemos confiar neles. Sentirei falta...
A surpresa ruim ficou por conta do roubo/perda??? Do meu passaporte, que só dei conta há horas do meu vôo, foi horrível, uma aventura digna de um “peliculón” candidata a Oscar de melhor roteiro.


Gente como eu não sai impune desta vida né.
Sempre ha de acontecer algo. Pois senta que lá vem a história:
Aprontando as malas no corredor para esperar o taxi que me levaria ao aeroporto, vou pegar a pasta com meus documentos, cadê??? Passaporte, identidade, carteira do consulado, matrícula da Universidade, cartão de crédito sem crédito...
Fiquei louca, abri as malas mesmo sabendo que não estavam lá, eu não tinha guardado a porra. Mas por desencargo de consciência abri! Nada... Fui tentando lembrar a última vez que saí com a pasta. Fui a Uni na quarta me matriculei, levava a pasta.
Fui no Hospital na seqüência buscar as receitas da insulina, estava com ela. Fui na farmácia comprar a insulina... Pronto, perdi! deve ter ficado na farmácia, ligamos pra lá disseram que lá não estava, pensei: Vai que liguei pra farmácia errada?
Peguei o metrô para ir no hospital e na farmácia ver se deixei por lá. NADA!
Desespero do carai. O cara da farmácia ouviu a conversa e disse se ficou lá alguém levou antes deles encontrarem, mas corra na comissaria faça uma denuncia de roubo e eles vão dizer o q vc tem que fazer.
Fui na Calle Marina, sai correndo feito uma doida, e a porra não chegava nunca. Peguei um taxi o motorista me deixou num posto policial, lugar errado, há oito quadras da comissaria, não aguentava mais correr. Outro taxi. Fiz a denuncia e me deram endereço do consulado Av. Diagonal 246. Chego no consulado as 11:15h vôo as 12:45. Explico que me roubaram o todos os documentos e não tenho como voltar e meu vôo sai em hora e meia, furei a fila de 12 pessoas. Todos querendo me matar, só não me chamaram de arroz doce. Meia hora no consulado, o cônsul assinou um “permiso de regreso a Brasil” que permite viajar sem documentos, mas fico retida na Polícia Federal aqui pra explicar tudo. Em resumo cheguei no aeroporto 15min pro vôo, fiz check in, corri com mochila, computador, câmera pelas escadas rolantes, levava um copo de salada de fruta na bolsa pra comer, cai na escada foi uva pra todos os lados. No fim de tudo o vôo atrasou hora e meia pq Obama estava no céu de Lisboa e não podíamos decolar. Isso é só resumo.
O que interessa é que cheguei em casa com a missão cumprida com excelência. Estamos todos bem, e rindo da situação. Vou escrever um roteiro e ganhar um Oscar...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Agradecimientos, a todos que de alguma maneira contribuiram para essa investigaçao.

Agradecimientos


A mi marido e hijo, Ricardo y Rafa por la dedicación, paciencia, incentivo, confianza y amor sin límites.

A mis padres, Amaro y Dinalva por la fuerza, confianza, apoyo emocional y financiero.

A mis hermanos Fábio y Marcus por apoyar esta causa, y confiar en mi capacidad.

A Viviana Veras, compañera de tantos caminos, presente en todos los pasos de este desafío, por todo apoyo.
A Felipe Ugalde, hermano de alma, por su ayuda y amistad.

Regina Clara y Edurne, que cruzaron mi camino en Salamanca, por la amistad y colaboración.

A Paulo Cunha (UFPE), por ayudarme cada vez que necesito referencias, por la confianza y apoyo.

A mi director de tesis Dr. Nicolás Lorite por todo lo que hice para ayudarme y por creer en mi objeto de estudio.

A los amigos, alumnos, artistas y público que de alguna manera colaboró con la investigación: Pollyanna, Luca, Rafa Soares, Aninha, Gabi, Kat Pedrosa, Lu Cláudia, Eveline Vermelha, Michelle Melo, Kelvis Duran, Rodrigo Mel, Carlinha (Kitara), Nino, Carlinhos 100%, Paulo Márcio, Reginaldo Rossi, Alinne, seguidores del blog: http://pvelozo.blogspot.com

A todos los “bregueiros”, los “caça ratos”, los “raparigueiros”, los “lanchinhos”, todos que forman parte de la “fauna” del Brega.

A todos los que acompañan e incentivan cada paso de mi saga por el doctorado.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Síndrome de abstinência

Voltei a Barcelona para defender meu trabalho de pesquisa e fazer a qualificação do doutorado. Estou novamente vivendo em Badal, bairro onde vivi a primeira vez que vim.

Estaria tudo indo de maravilha se não fosse dois motivos: Falta de internet e falta de sexo(uff) A internet tivemos que contratar outra pois a que havia no piso a fulana titular da conta deixou uma dívida de mais de 200 euros. Por questões econômicas fomas para a empresa mais barata, nos prometeu instalar em 2 dias, no oitavo dia ligamos para reclamar e disseram que nunca seria em 2, no máximo 15, que se completa hj, ainda assim disseram que não intalarem em 30 dias nos dão o primeiro mês grátis. Dá pra acreditar?

Sobrevivo nos locutórios do paquistaneses. privacidade zero, fora a questão do fuso, quando posso falar com minha casa o locus já estão fechados.

Já a questão do sexo sei que o primeiro mês é o mais crítico, depois você se acostuma, mas quando você não consegue nem falar nem ver a pessoa, fica ainda mais difícil. Assim que o que me restae realmete esperar. PASSA!

Quanto ao trabalho por onde passou está sendo bem recebido, as pessoas gostam do tema, da abordagem, do texto. Ah o texto... como custa escrever e corrigir... MAs tudo está valendo a pena.

Qunado tiver novidades do tribunal passo por aqui para dar notícias. E assim que tiver internet postarei com mais frequencia.

Agora vou sair, Por aí

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Como destruir uma pesquisa de doutorado em 5 lições...



Fazer um doutorado é uma aventura das mais radicais a que o ser humano pode se dedicar, até por que não é adrenalina instantânea, que dá e passa, são quatro anos de adrenalina na veia, ansiedade em níveis sobrehumanos, estresses memoráveis, momentos de depressão profunda, vontade de matar e/ou morrer, sair correndo, gritando: _Que é? quer apanhar??? Não existe esporte radical que supere essa tensão.


Então vamos às lições de como não destruir sua pesquisa durante esse período (vale salientar que estou indo pro terceiro ano e ainda tenho tempo de descobrir novas possibilidades de botar tudo a perder)

Lição número 1 - Nunca, nunca, mas nunca mesmo, nem em questão de vida ou morte empreste seu equipamento de trabalho (notebook, PC, cÂmeras, pendrives, HDs e o que mais a tecnologia lhe proporcionar e seu bolso puder pagar) Eu emprestei meu notebook e ele foi pro espaço, não prestou para nada mais. PERDA TOTAL! Ainda bem que existe uma coisa chamada "back up", que acabou por salvar as informações da pesquisa.

Lição número 2 _ Back Up! Faça uma milhão deles, sempre, não confie nunca em um só. Cuidado com HDs Externos, alguns são uma bomba relógio, um dia de chuva, uma queda de energia, e PUF! vão pro espaço, e recuperar dados custa uma nota. Dinheiro que não tive, perdi 460 gigas de imagens, entrevistas, shows e uma infinidade de material pro documentário que pretendo fazer depois com a pesquisa. Ainda bem que havia transcrito as entrevistas, assim que não perdi conteúdo para a tese, mas as imagens, essas não tive fundos para recuperá-las.

Lição número 3 - Funcionamento da máquina, compatibilidade de programas e aplicativos. Comecei trabalhando no meu notebook, um Positivo safadinho, mas útil e único, depois que quebrou, e eu quase me mato, fui pro PC do meu filho, tudo compatível indo mil maravilhas até que pegou uma porra de um vírus dos infernos e foi pro espaço junto com o Positivo, se é que tem algo de positivo nisso. Fui pro Mac do meu marido, tive que aprender a lidar com esse bicho, ADOREIIII! mas não tinha aplicativos do office pra trabalhar gráficos. Baixamos, funcionou bem até duas semanas atrás, quando depois de um atualização do software corrompeu o aplicativo de gráficos e não posso mais acessá-los nem para fazer correções nos dados. FUDEU!!! Cupim de computador... Tentamos de tudo, não deu jeito, tomamos vergonha na cara e consertamos o PC do meu filho que há 4 longos meses estava no estaleiro. Funcionando perfeitamente me permitindo escrever para vcs e terminar minha tesina que tá já no final... Falta pouquinho, pouquinho...

Lição número 4 - Não deixe que o estresse tome conta de você, não se atreva a mal tratar as pessoas que te ajudam a passar por tudo isso, eles não merecem. Estão junto com você passando por tudo isso e de verdade não teriam nada com o pato, mas é imposssível deixá-los de fora. Um doutorado mexe com a família inteiro, ascendentes, descendentes até a sétima geração. Pior ainda se você não tem bolsa como é meu caso. Deixar de trabalhar e se sustentar, depender financeiramente de outras pessoas pesa. Mas quando essas pessoas acreditam em você, retribua, mostre pra elas que você as ama, que precisa delas por perto, mesmo que as vezes as queira matar. Beije muito e agradeça por elas proporcionarem esse momento para você. Um doutorado é para o resto da vida.

Lição número 5 - Se não tiver bolsa, nem ninguém que te ame tanto ao ponto de te sustentar todo esse período, apostando na sua capacidade, na sua força, no seu futuro. DESISTA!!! Não se faz um doutorado só com vontade, tem que ter dinheiro para sobreviver sem trabalhar, comprar livros, consertar computador, tem que ter condições técnicas, condições psicológicas pra aguentar pressão, condições intelectuais de levar uma pesquisa em frente, tem que ter CUNHÃO pra aguentar um monte de gente achando que neguinho é vagaba, passa o dia em casa, sentado na frente do computador... FAZENDO NADA!?!?!? Éhhhh porque você vai ouvir sempre alguém dizendo isso.


É isso! Vou ficando por aqui, seguindo os próximos passos. A gente se ver Por aí

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Imagens Show gravação DVD Kitara (Fotos: Orkut Kitara)

Algumas imagens das andanças para investigação de doutorado. Banda Kitara, Show gravação 1º DVD, Clube Portugês. Julho/2010.







terça-feira, 20 de julho de 2010

Devendo satisfações


Estive ausente, muito trabalho, muitos acontecimentos, muitos obstáculos, muito estresse.

Vou logo avisando: quem pretende fazer doutorado e não tem nem pra margarina, arrume quem banque, ou é trabalho perdido. Tentei uma bolsa pela CAPES, fui aprovada em todas as instâncias e logo na entrevista alegaram que fui deficitária em explicar o porque do doutorado ser feito fora do país, aí eu lhe digo, se me aprovaram lá, se tiveram interesse pelo meu tema lá, se aqui enfrento resistência por ser um tema de segunda categoria... por que o faria aqui??? O que senti foi preconceito quanto ao objeto, o Brega, mas nem sequer se aprofundaram na aboradagem que seria dado ao mesmo. Pois o que estudo hoje é um movimento vivo, que transita entre o apogeu e o ostracismo nos meios de comunicação. Que usos essas pessoas fazem das ferramentas audiovisuais y das novas tecnologias nos contextos populares da produção e consumo do Brega nas periferias de Recife. Qual o papel dos meios, da internet, das lan-hauses, dos sites de relacionamento e dos sites de compartilhamento. Qual o papel da pirataria nas suas rotinas produtivas? Ao que parece isso não interessa a academia... Essa é a hora de estudar esse fenômeno, crescente e vivo nas peroferias do mundo inteiro.

Dei um tempo também nas gravações para o documentário, acabou a grana, estou sem HD sem espaço no computador, nem na câmera... Glauber, hoje é dificil fazer cinema com câmera na mão e idéia na cabeça, existe uma coisa chamada HD que quando dá pau, leva todo seu trabalho pro quintos dos infernos. Já perdi 360 giga de imagens, a sorte é que os depoimentos estavam transcritos, o que salvou meu trabalho escrito.

Estou sem tempo para postar mais, tenho imagens ótimas, minha pesquisa está muito rica, estou acabando de escrever a primeira parte, a investigação quantitativa, que vai ser avaliada em Novembro, quando faço a qualificação, Leitura da tesina e tribunal de suficiencia investigadora.

Devo confessar que tudo influe nessa hora, família embaixo dágua com as enchentes, resultado da bolsa que não saia nunca, e quando sai acaba de fuder, troca de medicação para controlar diabetes, insulinas novas, tratamento novo, glicose nas alturas, pressão nas alturas 18/12, a beira de um ataque de nervos, RIVOTRIL.... Pra salvar a vida de uma ansiosa. Mas já estou melhor e vou tentar postar mais vezes.
Nos vemos Por aí...
Por aqui!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Em Brasília... Lugarzinho UÓ!!!


As coisas estão começando a mudar. Cada coisa a seu tempo, um passinho de cada vez, daquele jeito que me deixa louca, estressada, ansiosa e o carai de asa.

Semana cheia, estouem Brasília para entrevista da CAPES de bolsa doutoral. Acabo de descobrir que faço parte de uma elite intelectual no nosso país e dovo estar feliz mesmo que não sai bolsa pra mim. Tá, mas eu só quero a bolsa, não me interessa fazer parte dessa elite se eu não tiver dinheiro pra comer e continuar pagando meus estudos.

Só falta dizer que Brasília é UÓ, não dá pra sair por ai pernando, vendo coisas e tirando, é um dominó mexido numa superfície imensa. TUDO Ë LONGE PRA CARALEOW. Ainda n4ao consegui ver nada, e de verdade nem me interessa... se der amanhã faço um tour, se for barato, pq se for caro nem isso. Compro um postal, ou baixo foto da internet como essa que tem aqui.

A entrevista é amanhã, quarta 26/05 9:30 da manhã, corrente de pensamentos positivos.
Outra novidade é que final mente saiu minha primeira publicação internacional, eu tenho um livro! tudo bem, sem exagero, eu tenho um artigo en um livro, mas isso é bom de mais da conta.

Estou super feliz, obrigada aos meus amigos e aos meus amores que estão sempre por aqui torcendo por mim enquanto eu sigo Por aí...

Bjs.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O retorno da Deusa. Em grande estilo.








Sábado, 23 horas, chuva que Deus mandava, saimos de Candeias com destino ao Alto do cèu, periferia norte, Clube Bela vista.

Grande retorno de Michelle Melo ao Brega, mais especificamente à Banda Metade. Chovia muito, o que comprometeu a quantidade de público, mas não comprometeu em nada o retorno da "Deusa".

De cima do seu salto 22 a deusa chega pelo "oitão" do clube, um beco escuro e pedregoso, escoltada por seus produtores e sua fiel escudeira Poli Cristina. Traz consigo uma mala de viagem imensa, e nela o o figurino novo: corpete vermelho e preto, peruca vermelha, cinta liga preta. Antes de mudar de roupa a diva recebe seus fãs no camarim, uma fila enorme se forma do lado de fora e um a um os fãs entram para declarar seu amor à musa inspiradora.

Ela em seu corpo voluptuoso e cheio de curvas recebe cada um deles de braços abertos e sorriso no rosto. " Eles não me abandonam!" Recbe beijos e abraços calorosos, presentes, declarações de amor em forma de tatuagem, um coração fechado com a frase "Eternamente Michelle Melo".

A iluminação do palco é precária, por causa da chuva as luzes de frente não podem acender, o que compromete um pouco o visual do show. Mas quando a deusa sobe ao palco e começa a cantar, acochada em seu corpete vermelho, o público lança mão de suas armas: celulares e câmeras fotográficas digitais onde gravam e fotografam todos os momentos daquele retorno histórico de Michelle Melo ao Brega. É lógico, no dia seguinte tudo estará na internet, youtube, orkut e comunidades afins.

Michelle canta seus maiores sucessos levando o público, que canta junto, ao delírio. Canta parte do seu novo repertório, ainda pouco explorado, mas já na boca dos fãs. Ela sobe, desce e rebola com destreza, sem muitos problemas com os quilinhos a mais. Desencanada, exerce do alto do palco todo seu poder de sedução, inspirando mulheres, desafiando os olhares do homens e encantando o público gay, fãs que chegam aos seus pés para tocá-los, como se fosse uma santa so pé do altar.

Pausa para ir ao banheiro. Pequeno, apertado, e embora muito cheio a disputa maior não era pelo mic. mas sim pela pia, para ser mais precisa, pela torneira. Eram seis na fila do xixi e dez na da pia para molhar os cabelos. Havia disputa também pelo papel toalha para enxugar-los posteriormente. Ingenuamente perguntei por que? "Porque não temos cabelo bom que nem o seu" molham para tirar o volume e ficar soltinho. Ou seja, o movimento dod cabelos e seu volume podem comprometer o andamento da noite delas.

De volta ao show lá está Michelle, convidando um homem, "HOMEM", da platéia para passar no "teste da grade", sobe no palco uma grade em forma de cruz, e um homem começa a ser atado nela. Michelle começa a cantar e literalmente roçar seu corpo, boca, pernas, mãos, no corpo do indivíduo esperando uma reação. Enquanto isso a platéia atônita grita: " ESSA COCA É FANTA!!!". Ela recomeça seu exercício de sedução, desta vez com mais afinco, e nada, o rapaz não esboça nenhuma reação aparente. O que poderia sugerir um baixo poder de sedução, pela reação do público, segere "defeito de fabricação" do rapaz. Ela o liberta, diz algo em seu ouvido e dá uma gargalhada. Deixa seu parceiro de banda comandar o show e vai trocar o figurino.

O show com seu parceiro fica meio morno, mas na segunda música pra alegria geral da nação, ela retorna com uma blusa preta com Madonna estampada na frente, curta e decotada e mais uma vez dá um show de provoações no palco.

Michelle Melo o ídolo popular que encanta mulheres e homens, sejam lá quais forem suas preferências sexuais, representa a sensualidade e a sedução popular, com um corpo popular "rabelaisiano", livre de complexos, pudores e preconceitos, símbolo de fartura de carne, sexo gostoso e de felicidade.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Brega na classe média é moda?




Escrever uma tese é um trabalho árduo, que exige disciplina, concentração, perseverança, y antes de tudo é um trabalho extremamente solitário. É claro que tem sempre alguém querendo saber como as coisas estão, se seu trabalho está progredindo, se você precisa de alguma ajuda. Mas é só.

É certo que também temos alguns anjos da guarda, pessoas que se dispõe a te acompanhar no campo. No meu trabalho um acompanhante é fundamental, tenho me metido em alguns lugares da periferia onde é impreterível alguém estar junto comigo, o risco não está exatamente nos locais que frequento em busca do meu objeto, mas nos acessos a eles, e como nem sempre sei chegar a esses lugares algumas vezes tenho que parar pra perguntar, o que muitos consideram arriscado.

O que é certo é que minha pesquisa tem tomado um rumo muito interessante, tenho feito boas descobertas, trabalho em cima de um objeto riquíssimo que me permite fazer diversas abordagens, é um elemento vivo que a cada momento me mostra uma nova faceta. É diverso e apaixonante. Ele fala, e a cada instante me aponta seus próprios caminhos.

Acho incrível que tenho lido muita teoria, tenho também lido trabalhos de outro investigadores, mas vejo que os objetos em geral aportam muito pouco, todos se detem muito à teoria e o objeto meuio que se perde dentro dela. O que está acontecendo com meu trabalho é que de tão reprimido, exilado, e bombardeado por toda sorte de críticas e preconceito o Brega tem resistido firmemente e procurado seu espaço, à sua maneira eles vão se infiltrando, mantendo seu posto hegemônico nas periferias e entrando cada vez mais nos salões e festas de jovens de classe média, retomando espaço nos meios massivos e tento éxito inclusive no âmbito publicitário, anunciando produtos populares.

Outro fato interessante na pesquisa é ver que a maneira de consumir do "Bregueiro" diverge da classe média, não só em valores mas em hábitos e gostos. O Bregueiro de bairro não desce o morro pra ver o brega no ambiente classe média por que o ingresso é caro, a ceveja é cara, o tiragosto idem, já o jovem de classe média não arrisca seu carro, seu relógio, carteira, celular de última geração ou a vida, para consumir o brega na fonte. Diferente do que ocorre no Rio de Janeiro nos Bailes Funk. Daí que me surge a dúvida, brega na classe média é moda? Que tipo de valor está sendo imputado ao brega nestes ambientes? Porque o Brega consumido nas periferias tem status de cultura, cultura híbrida, cultura periférica, e no seu habitat natural eles são hegemônicos, são o centro. Não raro eu como pesquisadora me sinto à margem dos acontecimentos, sou extrangeira, periférica. O que já chegou a me incomodar, mas logo percebi que para estudá-los não necessito ser um deles, mas respeitá-los, deixá-los falar, serem eles mesmos, e hoje mais que respeito, tenho verdadeira admiração pelo movimento, pelos seus artistas e consumidores. Pelas suas rotinas, por suas vidas, suas histórias.

Vou deixando vocês por aqui e retomando meus escritos e minhas gravações por aqui.
Nos encontramos Por aí...
Bjs

terça-feira, 20 de abril de 2010

A material girl do brega está de volta. Schneider Carpeggiani JC 20.04.2010

» SHOW
Schneider Carpeggiani- carpeggiani@gmail.com

A material girl do brega está de volta
Publicado em 20.04.2010

A vocalista Michele Melo, agora sócia de 50% da Banda Metade, chega hoje ao Armazém 14 com a festa Segura a chapa, depois de arrebentar bilheterias em casas noturnas do subúrbio



Michelle Melo é Balzac, é Flaubert, de tanto que filosofa sobre aquilo que a tradição burguesa fez a gente chamar de romance. “A mulher quando ama fica ‘muleca’”, teoriza. Mas parece que a teoria (por enquanto) deixa pouco espaço para a prática. Não há tempo em sua agenda para qualquer “mulequice”. “Eu disse a todo mundo da banda para colocar a vida pessoal de lado um pouquinho. Há muito trabalho para ser feito”, confessa a vocalista e (agora também) sócia de 50% da Banda Metade, com a segurança de uma estrategista em campo.

Não é fácil dispor da atenção de Michelle por estes dias. Seu retorno à Banda Metade restituiu sua aura de popstar do brega recifense, ou melhor de primeira e única popstar do brega recifense. “É tanto amor que a gente tem recebido que eu não acredito. O povo me trata como uma deusa. Teve uma menina que pulou no palco e puxou um pedaço do meu cabelo”, lembraria a cantora mais tarde para a reportagem do JC. Mais tarde, só mais tarde, porque ela nos deixou quase duas horas esperando na Praça de Alimentação do Shopping Boa Vista (a ideia do local foi dela), sexta passada, para a realização dessa entrevista. A espera compensou.

Em meio a bandejas do restaurante Bonaparte e ao cheiro de self-service de comida chinesa ao lado, ela surgiu em nossa direção: cabelo louro em profusão, minissaia, blusinha com estampa da Madonna (“Uma artista completa”), um celular tocando sem parar, a produtora e o novo companheiro de palco, Thiaguinho. Uma popstar sempre se atrasa e nunca chegaria sozinha, lições incontornáveis que Michelle sabe de cor. O brega é rock’n’roll.

“Meu amor, me desculpe, que está uma loucura. Só hoje tem dois shows”, disse, meio ‘muleca’, sabendo que era impossível negarmos o perdão nesses termos. O retorno da cantora ao palco aconteceu mês passado, com um show no Bar Bate Papo, no Arruda, e tem trafegado pelas zonas Sul e Norte do Recife como um tanque militar. Lotou o 100% Brasil, arrancou suspiros do público gay numa noite hipermegalotada no MKB, arrasou no QG do blues made in Domingos Ferreira que é o Audrey e hoje chega ao Armazém 14, com a festa Segura a chapa, sob a tutela Sem Loção/Putz!

Em 2010, todo mundo quer Michelle. Mas o que Michelle quer? “Este carinho tem sido ótimo, mas a galega aqui gosta de dinheiro”.

Nesses cinco anos longe da Banda Metade, Michelle tentou de tudo. Saiu em carreira solo, fez sucesso com uma música sobre um demorado banho de espuma e até se aventurou pelo forró com uma banda chamada (ah, Freud, só você para explicar) Forró Fetiche, em que aparecia provocante como uma cowgirl. “A banda continua. Eu vou colocar outra vocalista e está tudo resolvido”, discorre a empresária-Michelle e não a ‘muleca’-Michelle. “Sou inquieta, gosto de fazer coisas diferentes”.

É curiosa essa matéria impalpável e brincalhona a que chamamos de destino. Conversamos com Michelle pouco antes do último Carnaval sob o juramento de uma condição – “Não quero falar sobre o brega, hoje eu sou forró”. “Eu não podia falar sobre brega se estava fazendo forró. Precisava ser coerente com as minhas escolhas”, diz hoje.

Michelle diz que, no tempo em que ficou longe da Banda Metade, o brega manteve-se intacto como preferência maior do povo – apesar de ter incluído uma outra suingueira no novo repertório. Sucessos como Topo do prazer e Melô do babydoll (aquela que fala do amor como um fenômeno lógico da natureza, “e quando você toca em mim, ah, ah, eu fico toda molhada”) continuam tão eficientes quanto antes. O segredo da longevidade reside na interpretação sensual dessa mulher que foi a primeira a gemer no brega recifense. “Eu não forço minha sensualidade, sou tão ‘muleca’”, define-se, sabendo no fundo que esta é sua fase material girl.

» Festa Segura a Chapa com Michelle Melo e DJs Lala K, Lady KheKhe e Original DJ Copy: hoje, às 23h59, no Armazém 14. Ingressos: R$ 15, à venda no Bar Central e na Loja Vulgo

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Danielle, consome Brega na Zona Sul

Danielle, 21 anos, vive en Candeias, bario de clase media, Zona Sur de la región metropolitana de Recife (RMR), es soltera, concluyó el bachillerato, es peluquera y gana un por medio de dos salarios mínimos ( R$ 510,00 equivalente a $ 204 Euros)* . Su tiempo libre es destinado a la diversión, siempre frecuenta los bailes de Brega, muy a menudo va a la playa y al cine. Tiene el hábito de la lectura, leyendo revistas en el trabajo y libros de romance, cuatro a cinco al año. Dedica cuatro horas de su tiempo a la televisión donde prefiere mirar noticias y novelas, le gusta escuchar la radio mientras trabaja en la peluquería un por medio de ocho horas al día, su programación preferida: música, samba y MPB.

Danielle va al cine dos veces al mes, cuando hay películas que les gustan y dinero puede ir más veces. Le gusta el teatro, pero no tiene el hábito de frecuentar, pues a sus amigos tampoco les gustan, así que, sin compañía no va.
Considera el Brega una manifestación cultural, va a los bailes cada semana para divertirse y encontrar los amigos, gastando un por medio de R$ 50,00 ( $ 20 Euros) y así como la mayoría de los entrevistados se lleva algo más de plata, se la consume toda.

Danielle tiene el hábito de consumir CD´s piratas que compra con ambulantes por la calle, así como también os graba en su ordenador haciendo downloads de músicas de la Internet en su casa. Usa la Internet como forma de comunicarse con los amigos y perfeccionar la técnicas de su trabajo, encontrar y comprar las herramientas necesarias para ello, ver nuevas técnica y cortes en el youtube. Otros aparatos utilizados por Danielle son el móvil, indispensable en su rutina y el mp3 con la banda sonora de los mejores momentos de su vida.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Tempos bastardos e inglórios... Inferno astral!

Tô louca!
Alguém me disse faz algum tempo que o pior de um doutorado é escrever... e eu achei que não, pensava sempre que o pior era eleger eleger o objeto e delimitar o corpus da pesquisa. PORRA NENHUMAAAAAAAA.
Trabalho filho da mãe, solitário, extremamente exaustivo, seu cérebro vira farelo, dá vontade de deixar tudo pra lá e sair correndo, gritando: Pode prender... sou louca! Ando ansiosa, cansada, entrando em desespero, tenho um bom volume de trabalho, uma boa pesquisa, tenho prazer em sair pra campo, piro com minhas descobertas, mas, isso não vale NADA. Se você não escreve não interessa o trabalho que teve, o mais escroto é que faço um doutorado em audiovisual e o material audiovisual do meu trabalho pouco importa para a academia, é puro perfume...

Não tenho bolsa, estou sem trabalho, meu marido me sustenta, Deus não dê a ele em dobro, ele não merece, é muito trabalho, basta permitir que eu acabe o doutorado na esperança de colher os frutos do investimento. Eu darei a ele tudo que ele merece. Obrigada!

Meu notebook queimou, uma história a aparte, prefiro não comentar. Meu HD Externo também resolveu queimar, e eu resolvi cair em prantos... Ai eu pergunto: ADIANTA???
Não sei, mas não vi outra maneira de expressar a dor e a vontade de me jogar da varanda. Detalhe: moro no primeiro andar, com grades. IMPOSSÌVEL! nem isso eu podia fazer... me desesperei. Mas, como sempre, o anjo do meu love, uma pessoa extremamente centrada, controlada, de tão controlado as vezes demente... me acudiu, pensou e já conseguiu recuperar os arquivos da tesina e os dados da pesquisa quantitativa, agora me faltam as imagens. Para quem não sabe estou gravando tudo e farei um documentário saõ seis meses de externas e entrevistas, mas segundo consta deve haver um jeito vamos fazer isso essa semana. Tentar recuperar. VAI DAR CERTO! Tem que dar.

Essa semana estou superocupada, seguindo Michelle Mello, minha ídola... A Musa do Brega... A Rainha... Já estive na Rádio Clube, no salão de cabeleireiro dando uma pisa nas madeixas louras, na Folha PE (entrevista e sessão de fotos) amanhã tem show na AUDREY, por que ela tá podendo... Quinta tem ensaio e Sábado, aguardo ansiosamente, o grande retorno. Michelle Mello e Banda Metade no Clube Bela Vista. Um arraso!

Estou tentando voltar a escrever, já recuperei meus dados, próxima semana devo me dedicar ao papel, muito embora o melhor esteja no filme.

sábado, 3 de abril de 2010

Pérolas, Algumas podem ser ouvidas no palco MP3.com

Banda Lapada – Uma lapada de amor

Melhor assim, sinto muito se
você não acredita em mim
pense o que você quiser que eu não tô
nem aí
A opnião dos outros pra mim tanto faz
Depois não volte atrás
Não, não invente jogo sujo pro meu coração
pense antes de tomar alguma decisão
não vem com esse papo que eu
não gosto de você,
não vai me convencer
Te amo e você sabe
tô te pendindo pare
se não você vai me perder
pra sempre de verdade
Confesso que cansei
eu nunca te enganei
Mas se você quiser tem sempre
a primeira vez
Sou assim não vou mudar
essa é minha verdade, meu jeito de amar
faça o que quiser de mim, faça o que você quiser
se me quiser vai ser assim
não do jeito que você quer
Sou assim não vou mudar
essa é minha verdade, meu jeito de amar
faça o que quiser de mim
essa é minha opnião
se não acredita em mim tá livre o meu coração.


Devagar Que Eu To de Salto
Banda Musa do Calypso

Mal a gente ficou já quer vim fazer amor com papo doce de mel
Quer me levar pro motel
Eu querendo sair passear por ai, pegar uma praia um cinema
Pra gente se conhecer e o tempo dizer que esse amor vale à pena
Mais você ta deixando o desejo falar mais alto que o coração
Não entre nessa ilusão não caia na tentação a pressa é inimiga da perfeição
Apressadinho eu falo mesmo
Apressadinho eu falo alto
Vai devagar que eu to de salto
Vai devagar que eu to de salto

Novo Namorado
Musa do Calypso
Composição: Elvis Pires / Rodrigo Mell

Não vou negar
Sofri demais quando você me deu o fora
Mas o tempo passa
O mundo gira, o mundo é uma bola
Pintei o meu cabelo, me valorizei
Entrei na academia, eu malhei, malhei
Dei a volta por cima e hoje te mostrei meu novo namorado
Pensou que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar,
ah, ah, ah, ah, ah, ah
Que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar.
Não vou negar,
Sofri demais quando você me deu o fora,
Mas o tempo passa,
O mundo gira, o mundo é uma bola.
Pintei o meu cabelo, me valorizei
Entrei na academia, eu malhei, malhei
Dei a volta por cima e hoje te mostrei meu novo namorado
Pensou que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar,
ah, ah,ah, ah, ah, ah
Que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar.



Mulher Não Trai, Se Vinga
Banda Kitara
Composição: elvis pires e rodrigo mell

Mulher não trai, mulher se vinga... Mulher cansou de ser traída!
Mulher se vinga, mulher não trai... Eu era boba, não sou mais!
Ficar em casa esperando você.
Ficar dizendo o que devo fazer.
Você curtindo aí a sua vida e eu perdendo amigos e amigas
Ficar te amando e você nem aí, se divertindo e zombando de mim.
Você curtindo aí a sua vida e eu perdendo amigos e amigas
Escuta meu bem, eu não fico atrás, entre o homem e uma mulher os direitos são iguais!


Baby Doll
Banda Metade

Só você,sabe me fazer mulher
Só você,faz tudo faz tudo o que eu quiser
Só você, entende o meu coração
Enche meu corpo de tesão
Vem amor pra mim
Eu estou aqui à te esperar

Ontem sonhei com você
Estava no quarto tão só
Estava tão linda, vestida com aquele baby doll (só de baby doll)
Melei minha boca de mel
Pensando só em você
Amor eu te quero
Preciso desse teu prazer

E quando você toca em mim
Eu fico toda molhada
Te juro fico logo afim
Eu fico arrepiada.

Topo Do Prazer
Michelle Mello

Sou toda sua
Faça o quiser de mim
Me use me Lambuze
Mas me faça delirar
A noite é nossa
Me faça uma proposta indecente
Estou taõ quente
Tô carente vem me amar
Me leva para o banheiro
Debaixo do chuveiro
Na sala, na cozinha, em nossa cama
Mas por favor me ama
Quero chegar no topo do prazer
Quero amar você!
Quero chegar no topo do prazer!


Eterno Amor
Swing do Amor
Composição: Daniel Silva

Passo o dia sonhando
Pensando em você
Meu amor
Eu não quero ficar nessa situação
Você sabe que eu te amo e não posso ficar longe de ti
Por favor
Meus sentimentos estão nesta canção
Tu és a mulher da minha vida
É você quem eu quero pra ficar junto a mim
Você é meu eterno amor
Não me deixe por favor
Eu te quero aqui
Nem a distancia vai tirar você de mim
Sei que também me queres o quanto eu quero a ti
É porque eu te peço
Pra ti mulher

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Itapissuma, 14/01/2010

Antes de tudo venho agradecer publicamente ao meu amado e paciente marido, que tem me ajudado em todos os difíceis e duros momentos dessa investigação, além de estar me sustentando financeiramente, pois como todos sabem, estou trabalhando sem bolsa nem financiamento nenhum, a pesquisa é muito extensa e não tenho como trabalhar, pois dependeria de um trabalho muito flexível, que me permitisse realizar a pesquisa nesse curto espaço de tempo.

Agora, ao trabalho.

Uma quinta-feira oito da noite, depois de um dia inteiro de trabalho pego meu marido e arrasto com ele para Casa Caiada, Vamos gravar o show da Banda Kitara em Itapissuma, o propósito é gravar toda a mobilização de antes durante e depois do show. As pessoas começam a chegar, bailarinos, músicos, técnicos, amigos... Na van 16 pessoas, apinhadas umas em cima das outras, além de mim e de Ricardo que vamos em pé. Logo atrás seguem mais dois carros cheios de instrumentos, e gente, no total umas 22 pessoas da banda.

Todos seguem a risca as ordens do produtor, dono, e vocalista da Banda, são extremamente profissionais. Estão animados vai ser um show grande. Pela primeira vez tiveram im camarim só para eles com direito a bandejas de frutas, frios, água e refrigerante e disseram que eu sou “pé quente” e estava trazendo sorte a eles.

Havia muita gente e tudo funcionou muito bem, era a primeira vez que eles faziam uma apresentação para uma prefeitura, era a festa da Buscada de São Gonçalo e as atrações foram escolhidas democraticamente numa consulta popular. O Público elegeu o Brega.

Na van fomos conversando e trocando idéias com os integrantes da banda, muitos deles hoje vivem exclusivamente do Brega, pagam suas contas, ajudam seus familiares, constroem suas casas, pagam seus estudos. Alguns tem outras fonte de renda, mas fazem questão de valorizar a ajuda financeira conseguida com os shows.
Ganham pouco, bailarinos ganham R$30,00 por apresentação, músicos entre R$50,00 e R$80,00, fazem uma média de três a cinco apresentações por semana, o que dá em torno de um salário mínimo.

O pátio de eventos está cheio as pessoas dançam e aproveitam o momento de descontração sem se importar com o que os outros estão pensando, a dança é sensual, quase sexual, as vezes tão lenta que parecem não se mover, apenas esfregar-se. As caras de prazer também se revelam em movimentos de sobe e desce das mulheres nas pernas dos homens. Não tem idade, não são exatamente o que se podem chamar de bonitos, seus corpos não são perfeitos, seus cabelos não são lisos, suas roupas não são de grife, nos pés a maioria leva chinelos. São populares no real sentido da palavra e pouco se importam com o que a cultura oficial pensa do Brega que eles tanto gostam de ouvir e de dançar. Estão lá e nesse momento eles são o centro, e eu a periferia, deslocada e impressionada com a força daquelas cenas.

De repente uma confusão. A única presenciada num espaço lotado. O vocalista chama o comando da PM. Abre-se um vão no meio do público. Dois homens jovens se atracam no meio da multidão. A música para, todos ficam em suspense esperando o desfecho da confusão. Um é detido imediatamente, e o outro consegue se desvencilhar de três PMS e sai correndo. Outros PMS se juntam na perseguição e os populares também vão atrás, num breve momento o pátio que havia esvaziado volta a encher e a banda volta a tocar exatamente de onde parou: _ Fazer o “P”, fazer o “P” fazer o “P” não faço ideia do que significa fazer o “P”. Seguem. O show dura em torno de duas horas, e acaba as 01:45h da madrugada. Desmontam-se os instrumentos, tiram os figurinos, se apertam nos carros e retornamos. Que noite! Fiquei acabadaça, e imagino o quanto meu marido se lascou, chegamos em casa quase as 04:00h da matina e eles levantou as 06:30h pra voltar pro batente. Tenho mesmo que agradecer, ele me faz lembrar uma música de Zeca Baleiro:
Por ela vou pro rock ,vou pro samba, vou pro funk, vou pra tudo que é balada
Enfrento qualquer parada por Jesus caí no blues
Por ela faço tudo nessa vida insana
Quase tudo pois me falta grana , grana

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Banda Kitara





Casa Caiada, Olinda, esquecida em frente a um supermercado, entrevista marcada para as duas da tarde, faltavam dez pras três e nada de ninguém aparecer... e o pior o número do telefone não estava na memória do celular, Pronto! Viagem perdida. Mas nada estava perdido, se por acaso houvesse uma lan-house por perto, por sorte havia, tenho o contato no e-mail. Finalmente consegui fazer contato, o relógio de parede atrasado marcava uma hora menos e meu entrevistado estava em casa.

A casa humilde, rua sem asfalto, portão de ferro que dá direto pra rua, na parte da frente do lado esquerdo uma pequena lan-house com cinco computadores, todos ocupados por várias crianças. Do lado direito a porta do pequeno estúdio, na frente um pôster da Banda Kitara, dentro praticamente nada, metade dos equipamentos pertence ao técnico de som que trabalha em vários desses estúdios improvisados. Alguns tripés de microfones, uma parede coberta de espuma, calor...

Me apresento, falo da pesquisa, eles logo perguntam: “_Porque tanta gente fazendo filmes sobre o Brega?”. Já são três, uns meninos de faculdade (meus alunos) fazendo sobre o Brega na classe média, Outro sobre o Conde, e agora esse... Bem esclareço que esse não é propriamente um filme, pelo menos ainda não. È uma pesquisa de doutorado, que possivelmente eu transforme em um documentário, e que é um período de observação nas práticas produtivas e de consumo nos contextos populares onde o Brega está inserido, que vou persegui-los toda a semana, entrevistas, ensaios, shows que cada momento será filmado e tudo será relatado neste caderno de notas.

Monto meus equipamentos, posiciono as luzes, as cadeiras, os entrevistados e um guri, Davi, faz questão de ficar pra ver o que ia acontecer, e aconteceu, esse menino não se aquietou um segundo, pinotou, pateou pelo pequeno estúdio até que conseguiu seu objetivo: meteu a mão na câmera e teve que ser retirado do recinto.

Recomeçamos.

São dois amigos, há vinte anos iniciaram a fazer violão clássico por meio de uma bolsa recebida por ambos, fizeram o primeiro ano depois teriam que pagar e desistiram, não tinham condições, mas queriam permanecer fazendo música. Entraram para uma banda de forró, Forró do Litoral. Vida dura, a época R$ 30,00 por show, muito trabalho e pouca recompensa. Logo pensaram: Vamos botar nossa banda e ser nós mesmos o nosso empresário. Assim o fizeram. São quase 10 anos na peleja e só agora a banda se paga, mas segundo eles: “_ A banda se paga, mas ainda não nos paga.”, tudo que entra é reinvestido em equipamentos, figurino, músicos e bailarinos. São pelo menos 20 pessoas envolvidas na produção, vinte empregos diretos, mais todo um mercado informal em torno deles. Os donos de casas noturnas que promovem shows e que empregam uma média de 50 pessoas por noite, os ambulantes que vendem seus produtos em frente a essas casas, os ambulantes que vendem produtos piratas com suas músicas, as cabeleireiras que fazem unha e escova nas bailarinas e nas vocalistas, as costureiras que se encarregam dos figurinos. Um mercado informal, que não entra em nenhuma estatística oficial, mas que tira muita gente da pobreza e que movimento economicamente as periferias do Recife e Região Metropolitana.
Eles são seus próprios empresários, músicos, compositores e estrategistas. No inicio gravavam 20 CDs e saiam de porta em porta, de rádio em rádio, apenas transferindo as músicas para os playlists das rádios, por não terem condições de deixarem os discos, repassavam nas rádios comunitárias para os DJs reproduzirem, levavam aos pirateiros para fazer cópias, tocar e vender em seus carrinhos nas ruas. Hoje dizem: “_ As rádios comerciais nem pagando eles tocam nossas músicas.” Músicas essas que fazem sucesso nacionalmente em outras bandas, e que hoje eles não recebem praticamente nada de direitos autorais, só direitos de execução, elas são apenas repassadas para outras banda, não se cobra por esse repasse, eles acham que o mais importante nesse momento é a divulgação do seu trabalho. Ai eu pergunto: Como vivem? Dá pra ser independente?

Apressam-se em dizer que sim. Muito embora em moradias humildes com muita gente dividindo o mesmo teto. Elvis mora com a família inteira, mãe que não estudou, não trabalha, não tem pensão, mais dois irmão que também não tinham empregos e alguns sobrinhos, ele sustenta todos, e para os irmãos montou uma lan-house dentro de casa, e outro se tornou divulgador das bandas.

Rodrigo hoje mora só, num apartamento pequeno perto dali, se sustenta e continua sustentando a casa da família. Seu maior orgulho é ter formado um irmão em medicina. “_Dei condições dele ir estudar, por que eu optei por não seguir os estudos, mas ele queria e isso foi muito importante para nossa família. Agora espero poder respirar um pouco, por que vamos dividir as contas, né? Ta na hora de retribuir...” Segundo eles foi muito importante ver a formatura dele a emoção da família e de ver todos aqueles médicos se formando ao som da banda Kitara. “_ Chegamos lá!”

Eles são exemplos de muita luta contra o preconceito, e de acreditar num sonho possível de “dar certo”. Hoje em suas precariedades o único motivo de reclamação é a falta de apoio do governo e das leis de incentivo, é como se fossem invisíveis e que o que fazem não é cultura, “_ A gente não quer brigar, nem tirar nada de ninguém, queremos apenas a oportunidade de ser reconhecidos e poder ser visto pelo governo como cultura. Por que se fizerem uma pesquisa vão ver que o povo gosta de Brega e que considera o Brega uma cultura.”

“_O artista de Brega não é externo ao povo, ele faz parte daquele povo, ele é o povo que deu certo, é admirado por ter conseguido chegar lá”. (Elvis Pires)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Retomando os trabalhos


De volta depois do recesso de fim de ano percebi que em nossas vidas estamos sempre recomeçando... a cada dia, a cada segunda, a cada mês, a cada ano... Periodicamente o calendário nos dá a oportunidade de recomeçar, que bom!

Depois de um balanço no que já havia feito começo agora a fase mais dura do trabalho, a fase de literalmente correr atrás dos BregaStars, serão muitas madrugadas em claro.

O mais difícil ainda é ter que trabalhar praticamente só, contando com o imenso apoio que me tem dado meu maridão (que seria de mim sem ele???) e meu filhote (que com toda boa vontade do mundo está entrando numa realidade que antes abominava), ele tem aprendido muito da vida, do respeito a diversidade, e aberto os olhos para preconceitos velados que muitos de nós temos sobre o que não conhecemos.

Tive um choque quando li nos jornais sobre o incêndio no 100% Brasil, lastimável, ali tive os melhores momentos de minha pesquisa junto aos consumidores do Brega, confio que Carlos e sua sabedoria vai conseguir reerguer a casa e retomar suas atividades ainda melhor do que era.

Dia de Brega Fest no Clube dos Fanfarrões, Barra de Jangada, fui lá aventurar, apesar de estar autorizada a gravar, na hora o show o dono da casa empombou e não nos deixou entrar. “_ Grave seu documentário da porta pra fora, dentro da minha casa não!” Fiquei na peleja. _Peraí vamos conversar, não quero filmar seu público (embora quisesse), quero filmar só a banda e o dono da banda já autorizou...


Meia hora depois, mais tranqüilo ele volta, por que eu não arredei o pé de lá... explico novamente o que preciso gravar, explico que já fiz no 100% que Carlos o proprietário foi muito solícito, gentil e generoso, que gostaria inclusive de gravar uma entrevista com ele num momento mais tranqüilo. Ele suspira e nos permite entrar apenas no camarim... Filmamos as trocas de roupa, maquiagem, preparativos, e ainda assim consegui ir até o palco e gravar três músicas meio que escondido. Coisas de produtora teimosa.

Algum tempo antes, ainda fora do clube, reafirmei o que tenho visto nas minhas andanças pelos bailes. As pessoas, suas maneiras de agir, de vestir, de atuar, seus usos e costumes, elas fazem parte de um coletivo muito característico que é o coletivo dos bregueiros. Quando digo bregueiros, não é de forma pejorativa até por que eles próprios se denominam assim, me refiro justamente à sua se distinção: eles frequentam sempre os mesmos clubes, gostam de brega, pagode e forró elétrico (não raro os shows reúnem uma banda de cada ritmo) as mulheres bem vestidas e penteadas se vestem para seduzir, roupas justas, curtas, com brilho, cabelos na escova, chapinha e balaiagem, quando ameaça chover é aquela correria pra não desmanchar o penteado. Os homens invariavelmente de boné, o boné é um caso interessante, acessório antes usado para proteger-se do sol, hoje ele é, junto com o capacete de motoqueiro, uma unanimidade da cabeça dos homens. Já a roupa faz estilo surfista, de preferência estampando uma marca conhecida, mesmo que seja pirata, não importa. Alguns até confessam que compram roupas piratas para usar no dia a dia, mas para ir às festas tem que ser de marca boa e verdadeira. “_Tem que investir pra ganhar as gatinhas”.

Um fenômeno engraçado, só percebido agora que comecei a filmar, é que algumas pessoas (em geral homens) perguntam onde vai passar, por medo que suas mulheres os vejam. “_Pra não queimar meu filme em casa.” Um dos entrevistados assumiu que deixou a mulher em casa e que se ela soubesse que ele estava ali: “_ Ela tora meu pescoço!” Outros fazem questão de fazer poses a jogar os cabelos para aparecer. Existe um sem número de homens que dizem não gostar de Brega, mas vão por causa dos amigos e por que tem muitas mulheres dando sopa. Todos vão dispostos a gastar o que tiver no bolso, se tem R$10, gasta R$10 se tem R$50, gasta R$50, mas se tivesse mais gastariam muito mais.

O animador da festa, geralmente um DJ é um caso a parte, eles chamam os homens de raparigueiros “_Tem raparigueiro ai????” o que nos leva a concluir que as mulheres são??? Raparigas! Claro! “_Levou gaia? Se mude, não deixe seu carro na mesma garagem.” E ainda apela para as torcidas dos times locais para movimentar a noite enquanto a banda não chega: “_Cadê a torcida do Sport???” Tem ainda as gírias, mulher feia: Caça-rato. Quando você não consegue “pegar” gente nova e sempre tem aquela pessoa que no último caso você se atraca: Lanchinho.

Pois é essa semana vai ser cheia... qualquer novidade estarei postando por aqui.
Feliz ano novo a todos.

Fico devendo imagens, mas ainda não sei reduzir a qualidade da minha super câmera FULL HD, com o qual os arquivos são imensos para postar.