domingo, 19 de fevereiro de 2017

Carregadores de Mudanças

Nos últimos tempos descobri que não preciso ter muitas coisas para viver, percebi que a única coisa realmente necessária à vida são pessoas verdadeiras e coragem. Pessoas que nos queiram bem, que nos façam companhia, que nos façam rir, que nos amparem nos momentos difíceis, que nos dê um "se ligue mirmã" quando necessário. Devo confessar que, quem convive comigo já sebe, tenho problemas com duas coisas: obrigações e proibições. Tudo que for feito por obrigação fere minha liberdade, tudo que me é proibido também, o que não quer dizer que eu nunca cumpra com as obrigações nem que faça tudo que me é proibido. Há alguns dias sofri uma isquemia transitória, um mini-AVC, causado supostamente por estresse, o corpo vinha sendo massacrado por episódios duros de perdas emocionais, maus hábitos alimentares, exageros de farras às quais eu tinha decidido me dedicar por um tempo, "depois eu morro e não aproveitei @zamig@s". Me joguei de corpo, alma e coração numa vibe foda-se vou viver, aí o corpicho perguntou: "Até quando, Cara Pálida??? Assim você me mata..." e me brecou, um freio de arrumação. Me mandou em 3 semanas uma infecção bacteriana heavy metal, seguida de um coma hipoglicêmico, que baixou até SAMU, e pra fechar com chave de ouro um AVC. Me senti numa novela mexicana, das mais melodramáticas. 3 semanas de idas e vindas a hospitais, repouso forçado, que tenho dificuldades em cumprir, não consigo, tenho um cotoco, internamentos, e controle rígido de todos os meus passos, por TOD@S as pessoas que SABEM que eu ODEIO ser controlada. TOMA! Todo mundo querendo dar um jeito na MINHA vida. Siacalmem! Estou bem, sem sequelas. Sequelados ficaram vocês. Sei que sou teimosa, mas também tenho amor a minha vida. Sei quando é hora de dar aquela parada regulamentar, sei quando diminuir a intensidade, para isso eu preciso querer fazer, reduzir, diminuir, e se for o caso parar. Digo logo que pra mim parar é a morte. Por que meu corpo para e minha cabeça pira. Parar é como ficar aprisionada, atada, detida, sufocada, não sei simplesmente parar. Minha mente ganha asas e meu corpo quer voar, acompanhá-la, não queiram me parar, por favor, nem tentem... minha alma livre se desespera, se entristece, encolhe, represa, e como resultado EXPLODE. Quando você pensa que, já foi, já passou, fechei o ciclo de mazelas, já deu, já entendi, ok! Tudo certo, vamos acertar os pontos e seguir... TCHARAAAAAAMMM !!! Já sou quase o Joseph Climber, sabe quem é não? Clica aqui: https://youtu.be/d88x4qZ_zKU A proprietária do apartamento que moro há um ano, que arrumei inteirinho, que estava um lixinho quando aluguei e agora está um brinco, pediu o imóvel e vai botar à venda. E eu já estou me sentindo no olho da rua. Porra! Para véi! Já entendi que a vida está querendo que eu aprenda a viver sem nada, OK! Não preciso de nada pra viver, mas pode não ser morando embaixo da ponte??? Te agradeço... puta que me pariu! Tá puxado, viu! Mas Joseph Climber não se entrega... Graças a ajudas das pessoas que me cercam fui encontrando saídas, não tão fáceis, nem tão simples, mas as possíveis. Um dia, nas minhas leituras do BUDA vi um trecho que dizia, seja bom, cultive a bondade, seja generoso, compassivo, acolha as pessoas e nada nunca te faltará, por que existe a lei do retorno. Todo bem que fazemos volta. Nunca fiz pensando em recompensas, em retorno, até porque eu acredito que ninguém é obrigado a retribuir nada, e na maioria das vezes o bem vem daqueles que não foram diretamente tocados por suas ações. Enfim... sei lá! Sei que busco beneficiar toda e qualquer pessoa que precise de algo que eu possa oferecer, que não espero retorno, agradeço a possibilidade de ajudar, por que sei que é praticando o bem que melhoramos o mundo. E mais gente sabe disso. Seguimos melhorando o mundo. Acho que a vida quis me mostrar que eu tenho que enfiar meu orgulho no cu. Desculpe se te ofendi, mas desde que iniciei meus estudos do BUDA, passei um milhão de vezes por perturbações causadas pelas emoções aflitivas: Desejos e Apegos, Carências e Insatisfatoriedade , Medo e Raiva, Preguiça e Obtusidade Metal, Invejas e Competições, e o Orgulho é a emoção mais difícil de identificar, por que tendemos a ficar orgulhosos pelas nossas superações, conquistas, e também das pessoas que amamos, reproduzindo assim um ciclo de mais valia, orgulho nos faz parecer valer mais que o outro, assim esquecemos a equanimidade... Sugestão de leituras: lê depois tá? Vai te desviar. Hahahaha https://budavirtual.wordpress.com/2013/09/11/emocoes-perturbadoras-os-remedios/ http://sobrebudismo.com.br/o-que-e-o-budismo-2-2/ É tão fácil substituir orgulho por alegria, alegre-se pelas suas conquistas, ofereça sua alegria pela conquista dos outros, alegre-se pelo bem que pode fazer a si e aos outros, ensine, pratique, valorize a alegria, o amor, a compaixão e acima de tudo perceba, somos tod@s iguais, a equanimidade também é uma ação esquecida na nossa rotina. Logo, o orgulho desequilibra, desestabiliza, constrói e alimenta desigualdades, exclui... o orgulho é uma grande bosta, e nós levamos a vida a nos orgulhar de qualquer coisa que fazemos e julgamos mais ou melhor que os outros. Eu apanho das minhas emoções diariamente, por que é impossível a qualquer pessoa não sentir, sentimos, a diferença está em entender o que elas causam em nós, e porque deixamos que nos causem tantos estragos. Somos dominados por emoções que nos desestabilizam, e nos deixamos levar por elas, movidos por sentimentos insalubres que nos fazem mal e podem fazer mal pra pessoas que nos cercam. É preciso compreender o que nos aflige, estabilizar nossa mente para finalmente compreender o que estas emoções nos causam, seus porquês e iniciar um processo de pacificação, o que não significa estar livre delas. Significa apenas compreender o que elas nos causam, como nos tocam, e como podemos fazer diferente. Acredite, é possível, não é rápido, nem fácil, nem definitivo, a cada aflição um aprendizado. É no nosso cotidiano que treinamos, é com as pessoas que amamos que mais aprendemos. É um processo, um caminho, não um fim... keep going... apenas siga... continue...vai carai! Dei aquela debandada, pra variar... faz parte! Tudo isso pra dizer que apenas quando julgamos não ter mais nada a perder é que iniciamos um processo de introspecção: O que diabos tenho feito até hoje? Por que quis tantas coisas que não levam a nada, se perdem, viram fumaça? O que eu fiz da minha vida se não um competição desumana comigo mesma, querendo me provar que podia ser o que quisesse? De que me valeria todas as vitórias, diplomas, títulos se não tivesse ao meu lado pessoas em que confiar, a quem recorrer nos momentos de sufoco? Por que pessoas para aplaudir seu orgulho tem aos montes, estão ali pra te dizer que você é foda, difícil mesmo é encontrar aquelas que te dêem as mãos nos momentos de fraqueza, de dificuldades, que te acolham e te ajudem a levantar. Mas elas existem, e eu tenho a sorte de tê-las ao meu lado. Família, amigos, pessoas que amo infinitamente, cada uma de um jeito, que estão ao meu lado dispostas a dedicar tempo, espaço, esforço, trabalho, afagos, abraços, cuidados, isso é ser amada. SE NÃO FOR AMOR EU CEGUE! Pra quem se preocupou com tudo que escrevi aqui gostaria de informar que: 1- Estou bem de saúde, me cuidando e vivendo. A vida jamais poderá me acusar de não ter vivido. 2- Não vou para debaixo da ponte, me cederam por um bom tempo um espaço para morar, vai demandar muitas reformas estruturais, e como já disse: feliz aquel@ que tem amig@s, parte do valor da reforma me foi emprestado, a perder de vista, arquitetos, engenheiros, carregadores de mudança (adoro esse título), em uma semana consegui voluntários para ajudar e para encontrar quem possa ajudar. Um mutirão de gente do bem, a quem eu tenho muito que agradecer e me alegrar por tê-los em minha vida. Muito amor ❤️ 3- Lembrem-se sempre a vida dá inúmeras voltas pra testar se você resiste ou se entrega. Resolvi resistir, vem ni mim vida. Que mato no peito e chuto pro gol. Bora viver, né?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Optei pela liberdade

Desde que nascemos, ao mamar nos peitos de nossas mães descobrimos a necessidade do outro. Os seres humanos são os que mais tardiamente aprendem a ser autosuficientes, quando aprendem. Alguns jamais chegam a sê-lo, outros não conhecem a autonomia, não conseguem viver sem outra pessoa a quem recorrer. Nossa vida é individual e subjetiva, temos gostos variados, desejos diversos, temperamentos diferentes, reações inusitadas, e tudo isso é nosso, próprio, cada um tem o seu, e sempre é possível mudar, transformar, adaptar, e reagirmos de maneira diferente do que se espera. Isso é liberdade. Nenhum ser é igual ao outro, nenhum de nós é tão estanque que não possa mudar de opinião, rever seus conceitos, romper preconceitos, quebrar tabus... tudo é possível Não me surpreendem as mudanças de atitudes, não me surpreendem os fins, não me surpreende a morte, tudo está neste mundo, na vida, para acabar, até meu chá, que tava quentinho, e acabou e eu fiquei com vontade de mais. É assim! Instável, inconstante, impermanente. Acaba. Dizem que pessoas de gêmeos são mais inconstantes, dizem! Tenho tendência a acreditar, por que veja, eu nunca fui de me apaixonar perdidamente, das poucas vezes que gostei de alguém deu e passou. Quando durou, e durou muito, diga-se, não foi exatamente paixão, foi do gostar muito para a luta, a vida, a dureza de criar um filho, tão jovens, isso fortaleceu o gostar e antes de ser a paixão que dá e passa, a semente germinou, a árvore se tornou frondosa, o fruto nasceu e junto com ele, nossa admiração, respeito e amor mútuo. Pronto! Esse deve ter sido meu grande momento e acabou. Ou seja, o amor da vida, também dá e passa, não espero por outro amor da vida. O amor da minha vida hoje sou eu mesma. Descobri mais do que o fim, descobri o recomeço, descobri que existem formas de recomeçar e recomecei por mim mesma, me reconstruí, me adaptei, me resgatei e encontrei uma pessoa, muito melhor do que jamais imaginei, por que eu já me achava uma pessoa boa, e modesta, claro! As novas possibilidades que a vida me abriu me fez ser melhor, me fez perceber que é impossível que em mais de 7 bilhões de seres humanos as pessoas acreditem que tem uma única pessoa esperando por elas, em algum lugar do mundo. E tome a procurar... Vê só, a pessoa que está esperando por você, precisando de você e você dela, tá aí ó bem dentro de tu. Dá uma paradinha em frente ao espelho, e de rabo de olho vê se você reconhece ela. Pronto! Muito prazer, esta pessoa é você, e se você for compassivo e generoso consigo mesmo, serão felizes para sempre, por que a única pessoa que ficará com você pro resto da vida é você mesmo. Então, sente-se, converse, conheça-se, acolha-se, porque esse sim é o amor para sempre. E só quando você for capaz de perceber isso, será capaz de expandir este amor para outra pessoa, sem que haja necessidade do outro. Estar por que quer, por que gosta de "estar com" e nunca "ser de". Hoje chego a sentir calafrios quando ouço o pronome possessivo antes do "status" marido, mulher, namorad@, o fato de ser "meu", "minha" nos torna propriedade do outro. Até nossos filhos, que são próprios, não são propriedades, um dia eles também vão embora. Outra coisa difícil é entender que as pessoas nunca nos completarão, nem suprirão nossas carências, colocar expectativas de felicidade em uma pessoa é exigência demais. Por que não buscamos momentos felizes com outras pessoas, por que temos que ser um pro outro, e não uns com os outros? Por que precisamos limitar nossos quereres? Muitas pessoas podem nos trazer felicidade, e por que acreditar que tem que ser em fila indiana? Um de cada vez? Assim mantemos tod@s sob controle, assim mantemos a tensão, o domínio e obrigamos a conviverem com seus sofrimentos, se consumindo até o último respiro. Quando em algum momento vão se dar conta de que todo esforço feito para segurar o outro foi em vão. É justo nesse momento de sofrimento que a liberdade aflora, te escancara as possibilidades que você não quer abrir, não quer se dar a chance de experimentar, e quando experimenta a liberdade de escolha, as possibilidades o que você nunca se deu conta, mas estavam ali, esfregando na sua cara é um grande avanço. Quando você começa a abrir o horizontes vê a quantidade de tempo e energia desperdiçada querendo fazer dar certo o que não tem mais jeito. E digo logo, uma vez que passou o trauma, aí minha filha, corra pros abraços. Vai chegar de tudo, eu diria que é bom ser seletiva, os novinhos, são afoitos, chegam chegando, palomeiam, cercam, fazem você de sentir a mais linda...são rápidos, ágeis, velozes, soprou tá lá, prontinho pro serviço, mas não puxe assunto, tem nada a lhe acrescentar, pra passar uma chuva, sair do rato, desafogar vale muito, mas não desperdice suas fichas com eles, guarde com carinho, são os coringas do seu baralho. Tem ozamigo dazantrola, que você jamais saberia que um dia sonhou em te pegar, alguns começam fazendo o "cerca lourenço", "entrevistando", convidando pra vir em casa e tals... Que Mauá? Né não? Muitos deles já conhecem suas histórias e a cilada em que estão se metendo, economiza drama e te deixa livre pra ser você mesma. E tem os passarinhos, os beija-flores, estes te dão choque só em tocar, bater os olhos, aqueles que vem desinquietar o que tá quieto, traz um desassossego danado, só de dizer que vem bater as asinhas pra essas bandas, os que deixam na saudade, que nunca se sabe quando voltam, se voltam, não fazem ninhos, mas te abastecem de energias positivas, te deixam aquele sorriso, instantes de felicidades, são breves, mas te enchem de vida e somem, e você vai sempre querer que eles voltem. Tem mais, mas aí você vai descobrindo com o tempo, o importante é não fechar os olhos estar atenta ao movimento, ampliar o ângulo de visão, sempre lembrando, esteja bem consigo mesma, e dá igual se tem ou não alguém com você, hoje prefiro viver só, e estar junto por que queremos, nunca por obrigação, aproveitar os momentos felizes, disfrutar de boas companhias e quando quiser sossego, vai pra casa se reencontrar. Isso sim é liberdade. Ser livre para escolher ser só ou ser junto, sem sofrer

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Eu vou ficar por aí...

06/05/2012 minha última postagem... Muitas histórias rolaram desde então. A vida deu um Lavoisier total, tudo se tranformou, tudo saiu dos eixos e nunca mais voltou, sabe por quê? Porque não existe eixo. As coisas mudam, as pessoas mudam, umas surgem, outras desaparecem, umas chegam, outras vão embora, umas se aproximam, outras se afastam, e o que é a vida se não uma roleta aleatória, que gira independente da nossa vontade, que traz enormes surpresas, que nos dá rasteiras, que nos dá alegrias, que nos ensina a ser paciente, que nos transforma, a cada giro, em pessoas melhores, ou não! Aprendi muito nestes anos, e nunca me darei por satisfeita, quero sempre aprender da vida, com a vida e com as pessoas, claro! Não somos eremitas, não estamos sós nesta vida, e mesmo que vivamos isolados, existe sempre um vizinho, um porteiro, um zelador, um ascensorista, um motorista de UBER, ou de busão, a quem devemos no mínimo, por educação, gentileza e cortesia, cumprimentar, interagir. Embora queiramos passar despercebidos, ser invisível, as pessoas estão aqui, ali, em todo lugar. E aaaahhhh! as pessoas, elas são encantadoras, maravilhosas, umas mais, outras menos, mas, mesmo as menos devem ser apreciadas, por que elas podem ser menos pra mim, mas deve ser muitos mais pra as mães delas, por exemplo. Quando digo MENOS não é menosprezando, é questão de relação, pessoas que me/te importam e pessoas que não me/te importam, Mesmo as que não me importam, importam, sei tá confuso, né? Deixa ver se me explico melhor. Quero dizer que todas as pessoas me importam, mesmo as que pouco me importam, me importam... é isso, se você não entendeu, entra pro time dos que não me entendem. Por que ninguém é obrigado a me entender, nem a concordar com o que penso. Respeito todos, inclusive os discordantes, por que discordar faz parte, nos obriga a dialogar, ouvir, nos faz crescer, evoluir como pokemons Agora sério, eu vou voltar a escrever, verdades, mentiras, ficção, fricção, reality... pessoas, personagens, o que der vontade. Prometo não comprometer ninguém com minhas sandices. Nomes serão trocados, as estórias serão acrescidas de pós-verdades pra ficar mais críveis, o exagero vai botar em dúvida, seria verdade? Os fatos não serão narrados cronologicamente. Podem ser passado, presente e futuro, tudo junto...d vamos embarcar nesta viagem, que já que estou sem grana pra viajar, vou viajar na imaginação e no teclado. Agarra esse míssil e vem junto. Bora sair por aí???