terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Optei pela liberdade

Desde que nascemos, ao mamar nos peitos de nossas mães descobrimos a necessidade do outro. Os seres humanos são os que mais tardiamente aprendem a ser autosuficientes, quando aprendem. Alguns jamais chegam a sê-lo, outros não conhecem a autonomia, não conseguem viver sem outra pessoa a quem recorrer. Nossa vida é individual e subjetiva, temos gostos variados, desejos diversos, temperamentos diferentes, reações inusitadas, e tudo isso é nosso, próprio, cada um tem o seu, e sempre é possível mudar, transformar, adaptar, e reagirmos de maneira diferente do que se espera. Isso é liberdade. Nenhum ser é igual ao outro, nenhum de nós é tão estanque que não possa mudar de opinião, rever seus conceitos, romper preconceitos, quebrar tabus... tudo é possível Não me surpreendem as mudanças de atitudes, não me surpreendem os fins, não me surpreende a morte, tudo está neste mundo, na vida, para acabar, até meu chá, que tava quentinho, e acabou e eu fiquei com vontade de mais. É assim! Instável, inconstante, impermanente. Acaba. Dizem que pessoas de gêmeos são mais inconstantes, dizem! Tenho tendência a acreditar, por que veja, eu nunca fui de me apaixonar perdidamente, das poucas vezes que gostei de alguém deu e passou. Quando durou, e durou muito, diga-se, não foi exatamente paixão, foi do gostar muito para a luta, a vida, a dureza de criar um filho, tão jovens, isso fortaleceu o gostar e antes de ser a paixão que dá e passa, a semente germinou, a árvore se tornou frondosa, o fruto nasceu e junto com ele, nossa admiração, respeito e amor mútuo. Pronto! Esse deve ter sido meu grande momento e acabou. Ou seja, o amor da vida, também dá e passa, não espero por outro amor da vida. O amor da minha vida hoje sou eu mesma. Descobri mais do que o fim, descobri o recomeço, descobri que existem formas de recomeçar e recomecei por mim mesma, me reconstruí, me adaptei, me resgatei e encontrei uma pessoa, muito melhor do que jamais imaginei, por que eu já me achava uma pessoa boa, e modesta, claro! As novas possibilidades que a vida me abriu me fez ser melhor, me fez perceber que é impossível que em mais de 7 bilhões de seres humanos as pessoas acreditem que tem uma única pessoa esperando por elas, em algum lugar do mundo. E tome a procurar... Vê só, a pessoa que está esperando por você, precisando de você e você dela, tá aí ó bem dentro de tu. Dá uma paradinha em frente ao espelho, e de rabo de olho vê se você reconhece ela. Pronto! Muito prazer, esta pessoa é você, e se você for compassivo e generoso consigo mesmo, serão felizes para sempre, por que a única pessoa que ficará com você pro resto da vida é você mesmo. Então, sente-se, converse, conheça-se, acolha-se, porque esse sim é o amor para sempre. E só quando você for capaz de perceber isso, será capaz de expandir este amor para outra pessoa, sem que haja necessidade do outro. Estar por que quer, por que gosta de "estar com" e nunca "ser de". Hoje chego a sentir calafrios quando ouço o pronome possessivo antes do "status" marido, mulher, namorad@, o fato de ser "meu", "minha" nos torna propriedade do outro. Até nossos filhos, que são próprios, não são propriedades, um dia eles também vão embora. Outra coisa difícil é entender que as pessoas nunca nos completarão, nem suprirão nossas carências, colocar expectativas de felicidade em uma pessoa é exigência demais. Por que não buscamos momentos felizes com outras pessoas, por que temos que ser um pro outro, e não uns com os outros? Por que precisamos limitar nossos quereres? Muitas pessoas podem nos trazer felicidade, e por que acreditar que tem que ser em fila indiana? Um de cada vez? Assim mantemos tod@s sob controle, assim mantemos a tensão, o domínio e obrigamos a conviverem com seus sofrimentos, se consumindo até o último respiro. Quando em algum momento vão se dar conta de que todo esforço feito para segurar o outro foi em vão. É justo nesse momento de sofrimento que a liberdade aflora, te escancara as possibilidades que você não quer abrir, não quer se dar a chance de experimentar, e quando experimenta a liberdade de escolha, as possibilidades o que você nunca se deu conta, mas estavam ali, esfregando na sua cara é um grande avanço. Quando você começa a abrir o horizontes vê a quantidade de tempo e energia desperdiçada querendo fazer dar certo o que não tem mais jeito. E digo logo, uma vez que passou o trauma, aí minha filha, corra pros abraços. Vai chegar de tudo, eu diria que é bom ser seletiva, os novinhos, são afoitos, chegam chegando, palomeiam, cercam, fazem você de sentir a mais linda...são rápidos, ágeis, velozes, soprou tá lá, prontinho pro serviço, mas não puxe assunto, tem nada a lhe acrescentar, pra passar uma chuva, sair do rato, desafogar vale muito, mas não desperdice suas fichas com eles, guarde com carinho, são os coringas do seu baralho. Tem ozamigo dazantrola, que você jamais saberia que um dia sonhou em te pegar, alguns começam fazendo o "cerca lourenço", "entrevistando", convidando pra vir em casa e tals... Que Mauá? Né não? Muitos deles já conhecem suas histórias e a cilada em que estão se metendo, economiza drama e te deixa livre pra ser você mesma. E tem os passarinhos, os beija-flores, estes te dão choque só em tocar, bater os olhos, aqueles que vem desinquietar o que tá quieto, traz um desassossego danado, só de dizer que vem bater as asinhas pra essas bandas, os que deixam na saudade, que nunca se sabe quando voltam, se voltam, não fazem ninhos, mas te abastecem de energias positivas, te deixam aquele sorriso, instantes de felicidades, são breves, mas te enchem de vida e somem, e você vai sempre querer que eles voltem. Tem mais, mas aí você vai descobrindo com o tempo, o importante é não fechar os olhos estar atenta ao movimento, ampliar o ângulo de visão, sempre lembrando, esteja bem consigo mesma, e dá igual se tem ou não alguém com você, hoje prefiro viver só, e estar junto por que queremos, nunca por obrigação, aproveitar os momentos felizes, disfrutar de boas companhias e quando quiser sossego, vai pra casa se reencontrar. Isso sim é liberdade. Ser livre para escolher ser só ou ser junto, sem sofrer

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