domingo, 19 de fevereiro de 2017

Carregadores de Mudanças

Nos últimos tempos descobri que não preciso ter muitas coisas para viver, percebi que a única coisa realmente necessária à vida são pessoas verdadeiras e coragem. Pessoas que nos queiram bem, que nos façam companhia, que nos façam rir, que nos amparem nos momentos difíceis, que nos dê um "se ligue mirmã" quando necessário. Devo confessar que, quem convive comigo já sebe, tenho problemas com duas coisas: obrigações e proibições. Tudo que for feito por obrigação fere minha liberdade, tudo que me é proibido também, o que não quer dizer que eu nunca cumpra com as obrigações nem que faça tudo que me é proibido. Há alguns dias sofri uma isquemia transitória, um mini-AVC, causado supostamente por estresse, o corpo vinha sendo massacrado por episódios duros de perdas emocionais, maus hábitos alimentares, exageros de farras às quais eu tinha decidido me dedicar por um tempo, "depois eu morro e não aproveitei @zamig@s". Me joguei de corpo, alma e coração numa vibe foda-se vou viver, aí o corpicho perguntou: "Até quando, Cara Pálida??? Assim você me mata..." e me brecou, um freio de arrumação. Me mandou em 3 semanas uma infecção bacteriana heavy metal, seguida de um coma hipoglicêmico, que baixou até SAMU, e pra fechar com chave de ouro um AVC. Me senti numa novela mexicana, das mais melodramáticas. 3 semanas de idas e vindas a hospitais, repouso forçado, que tenho dificuldades em cumprir, não consigo, tenho um cotoco, internamentos, e controle rígido de todos os meus passos, por TOD@S as pessoas que SABEM que eu ODEIO ser controlada. TOMA! Todo mundo querendo dar um jeito na MINHA vida. Siacalmem! Estou bem, sem sequelas. Sequelados ficaram vocês. Sei que sou teimosa, mas também tenho amor a minha vida. Sei quando é hora de dar aquela parada regulamentar, sei quando diminuir a intensidade, para isso eu preciso querer fazer, reduzir, diminuir, e se for o caso parar. Digo logo que pra mim parar é a morte. Por que meu corpo para e minha cabeça pira. Parar é como ficar aprisionada, atada, detida, sufocada, não sei simplesmente parar. Minha mente ganha asas e meu corpo quer voar, acompanhá-la, não queiram me parar, por favor, nem tentem... minha alma livre se desespera, se entristece, encolhe, represa, e como resultado EXPLODE. Quando você pensa que, já foi, já passou, fechei o ciclo de mazelas, já deu, já entendi, ok! Tudo certo, vamos acertar os pontos e seguir... TCHARAAAAAAMMM !!! Já sou quase o Joseph Climber, sabe quem é não? Clica aqui: https://youtu.be/d88x4qZ_zKU A proprietária do apartamento que moro há um ano, que arrumei inteirinho, que estava um lixinho quando aluguei e agora está um brinco, pediu o imóvel e vai botar à venda. E eu já estou me sentindo no olho da rua. Porra! Para véi! Já entendi que a vida está querendo que eu aprenda a viver sem nada, OK! Não preciso de nada pra viver, mas pode não ser morando embaixo da ponte??? Te agradeço... puta que me pariu! Tá puxado, viu! Mas Joseph Climber não se entrega... Graças a ajudas das pessoas que me cercam fui encontrando saídas, não tão fáceis, nem tão simples, mas as possíveis. Um dia, nas minhas leituras do BUDA vi um trecho que dizia, seja bom, cultive a bondade, seja generoso, compassivo, acolha as pessoas e nada nunca te faltará, por que existe a lei do retorno. Todo bem que fazemos volta. Nunca fiz pensando em recompensas, em retorno, até porque eu acredito que ninguém é obrigado a retribuir nada, e na maioria das vezes o bem vem daqueles que não foram diretamente tocados por suas ações. Enfim... sei lá! Sei que busco beneficiar toda e qualquer pessoa que precise de algo que eu possa oferecer, que não espero retorno, agradeço a possibilidade de ajudar, por que sei que é praticando o bem que melhoramos o mundo. E mais gente sabe disso. Seguimos melhorando o mundo. Acho que a vida quis me mostrar que eu tenho que enfiar meu orgulho no cu. Desculpe se te ofendi, mas desde que iniciei meus estudos do BUDA, passei um milhão de vezes por perturbações causadas pelas emoções aflitivas: Desejos e Apegos, Carências e Insatisfatoriedade , Medo e Raiva, Preguiça e Obtusidade Metal, Invejas e Competições, e o Orgulho é a emoção mais difícil de identificar, por que tendemos a ficar orgulhosos pelas nossas superações, conquistas, e também das pessoas que amamos, reproduzindo assim um ciclo de mais valia, orgulho nos faz parecer valer mais que o outro, assim esquecemos a equanimidade... Sugestão de leituras: lê depois tá? Vai te desviar. Hahahaha https://budavirtual.wordpress.com/2013/09/11/emocoes-perturbadoras-os-remedios/ http://sobrebudismo.com.br/o-que-e-o-budismo-2-2/ É tão fácil substituir orgulho por alegria, alegre-se pelas suas conquistas, ofereça sua alegria pela conquista dos outros, alegre-se pelo bem que pode fazer a si e aos outros, ensine, pratique, valorize a alegria, o amor, a compaixão e acima de tudo perceba, somos tod@s iguais, a equanimidade também é uma ação esquecida na nossa rotina. Logo, o orgulho desequilibra, desestabiliza, constrói e alimenta desigualdades, exclui... o orgulho é uma grande bosta, e nós levamos a vida a nos orgulhar de qualquer coisa que fazemos e julgamos mais ou melhor que os outros. Eu apanho das minhas emoções diariamente, por que é impossível a qualquer pessoa não sentir, sentimos, a diferença está em entender o que elas causam em nós, e porque deixamos que nos causem tantos estragos. Somos dominados por emoções que nos desestabilizam, e nos deixamos levar por elas, movidos por sentimentos insalubres que nos fazem mal e podem fazer mal pra pessoas que nos cercam. É preciso compreender o que nos aflige, estabilizar nossa mente para finalmente compreender o que estas emoções nos causam, seus porquês e iniciar um processo de pacificação, o que não significa estar livre delas. Significa apenas compreender o que elas nos causam, como nos tocam, e como podemos fazer diferente. Acredite, é possível, não é rápido, nem fácil, nem definitivo, a cada aflição um aprendizado. É no nosso cotidiano que treinamos, é com as pessoas que amamos que mais aprendemos. É um processo, um caminho, não um fim... keep going... apenas siga... continue...vai carai! Dei aquela debandada, pra variar... faz parte! Tudo isso pra dizer que apenas quando julgamos não ter mais nada a perder é que iniciamos um processo de introspecção: O que diabos tenho feito até hoje? Por que quis tantas coisas que não levam a nada, se perdem, viram fumaça? O que eu fiz da minha vida se não um competição desumana comigo mesma, querendo me provar que podia ser o que quisesse? De que me valeria todas as vitórias, diplomas, títulos se não tivesse ao meu lado pessoas em que confiar, a quem recorrer nos momentos de sufoco? Por que pessoas para aplaudir seu orgulho tem aos montes, estão ali pra te dizer que você é foda, difícil mesmo é encontrar aquelas que te dêem as mãos nos momentos de fraqueza, de dificuldades, que te acolham e te ajudem a levantar. Mas elas existem, e eu tenho a sorte de tê-las ao meu lado. Família, amigos, pessoas que amo infinitamente, cada uma de um jeito, que estão ao meu lado dispostas a dedicar tempo, espaço, esforço, trabalho, afagos, abraços, cuidados, isso é ser amada. SE NÃO FOR AMOR EU CEGUE! Pra quem se preocupou com tudo que escrevi aqui gostaria de informar que: 1- Estou bem de saúde, me cuidando e vivendo. A vida jamais poderá me acusar de não ter vivido. 2- Não vou para debaixo da ponte, me cederam por um bom tempo um espaço para morar, vai demandar muitas reformas estruturais, e como já disse: feliz aquel@ que tem amig@s, parte do valor da reforma me foi emprestado, a perder de vista, arquitetos, engenheiros, carregadores de mudança (adoro esse título), em uma semana consegui voluntários para ajudar e para encontrar quem possa ajudar. Um mutirão de gente do bem, a quem eu tenho muito que agradecer e me alegrar por tê-los em minha vida. Muito amor ❤️ 3- Lembrem-se sempre a vida dá inúmeras voltas pra testar se você resiste ou se entrega. Resolvi resistir, vem ni mim vida. Que mato no peito e chuto pro gol. Bora viver, né?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Optei pela liberdade

Desde que nascemos, ao mamar nos peitos de nossas mães descobrimos a necessidade do outro. Os seres humanos são os que mais tardiamente aprendem a ser autosuficientes, quando aprendem. Alguns jamais chegam a sê-lo, outros não conhecem a autonomia, não conseguem viver sem outra pessoa a quem recorrer. Nossa vida é individual e subjetiva, temos gostos variados, desejos diversos, temperamentos diferentes, reações inusitadas, e tudo isso é nosso, próprio, cada um tem o seu, e sempre é possível mudar, transformar, adaptar, e reagirmos de maneira diferente do que se espera. Isso é liberdade. Nenhum ser é igual ao outro, nenhum de nós é tão estanque que não possa mudar de opinião, rever seus conceitos, romper preconceitos, quebrar tabus... tudo é possível Não me surpreendem as mudanças de atitudes, não me surpreendem os fins, não me surpreende a morte, tudo está neste mundo, na vida, para acabar, até meu chá, que tava quentinho, e acabou e eu fiquei com vontade de mais. É assim! Instável, inconstante, impermanente. Acaba. Dizem que pessoas de gêmeos são mais inconstantes, dizem! Tenho tendência a acreditar, por que veja, eu nunca fui de me apaixonar perdidamente, das poucas vezes que gostei de alguém deu e passou. Quando durou, e durou muito, diga-se, não foi exatamente paixão, foi do gostar muito para a luta, a vida, a dureza de criar um filho, tão jovens, isso fortaleceu o gostar e antes de ser a paixão que dá e passa, a semente germinou, a árvore se tornou frondosa, o fruto nasceu e junto com ele, nossa admiração, respeito e amor mútuo. Pronto! Esse deve ter sido meu grande momento e acabou. Ou seja, o amor da vida, também dá e passa, não espero por outro amor da vida. O amor da minha vida hoje sou eu mesma. Descobri mais do que o fim, descobri o recomeço, descobri que existem formas de recomeçar e recomecei por mim mesma, me reconstruí, me adaptei, me resgatei e encontrei uma pessoa, muito melhor do que jamais imaginei, por que eu já me achava uma pessoa boa, e modesta, claro! As novas possibilidades que a vida me abriu me fez ser melhor, me fez perceber que é impossível que em mais de 7 bilhões de seres humanos as pessoas acreditem que tem uma única pessoa esperando por elas, em algum lugar do mundo. E tome a procurar... Vê só, a pessoa que está esperando por você, precisando de você e você dela, tá aí ó bem dentro de tu. Dá uma paradinha em frente ao espelho, e de rabo de olho vê se você reconhece ela. Pronto! Muito prazer, esta pessoa é você, e se você for compassivo e generoso consigo mesmo, serão felizes para sempre, por que a única pessoa que ficará com você pro resto da vida é você mesmo. Então, sente-se, converse, conheça-se, acolha-se, porque esse sim é o amor para sempre. E só quando você for capaz de perceber isso, será capaz de expandir este amor para outra pessoa, sem que haja necessidade do outro. Estar por que quer, por que gosta de "estar com" e nunca "ser de". Hoje chego a sentir calafrios quando ouço o pronome possessivo antes do "status" marido, mulher, namorad@, o fato de ser "meu", "minha" nos torna propriedade do outro. Até nossos filhos, que são próprios, não são propriedades, um dia eles também vão embora. Outra coisa difícil é entender que as pessoas nunca nos completarão, nem suprirão nossas carências, colocar expectativas de felicidade em uma pessoa é exigência demais. Por que não buscamos momentos felizes com outras pessoas, por que temos que ser um pro outro, e não uns com os outros? Por que precisamos limitar nossos quereres? Muitas pessoas podem nos trazer felicidade, e por que acreditar que tem que ser em fila indiana? Um de cada vez? Assim mantemos tod@s sob controle, assim mantemos a tensão, o domínio e obrigamos a conviverem com seus sofrimentos, se consumindo até o último respiro. Quando em algum momento vão se dar conta de que todo esforço feito para segurar o outro foi em vão. É justo nesse momento de sofrimento que a liberdade aflora, te escancara as possibilidades que você não quer abrir, não quer se dar a chance de experimentar, e quando experimenta a liberdade de escolha, as possibilidades o que você nunca se deu conta, mas estavam ali, esfregando na sua cara é um grande avanço. Quando você começa a abrir o horizontes vê a quantidade de tempo e energia desperdiçada querendo fazer dar certo o que não tem mais jeito. E digo logo, uma vez que passou o trauma, aí minha filha, corra pros abraços. Vai chegar de tudo, eu diria que é bom ser seletiva, os novinhos, são afoitos, chegam chegando, palomeiam, cercam, fazem você de sentir a mais linda...são rápidos, ágeis, velozes, soprou tá lá, prontinho pro serviço, mas não puxe assunto, tem nada a lhe acrescentar, pra passar uma chuva, sair do rato, desafogar vale muito, mas não desperdice suas fichas com eles, guarde com carinho, são os coringas do seu baralho. Tem ozamigo dazantrola, que você jamais saberia que um dia sonhou em te pegar, alguns começam fazendo o "cerca lourenço", "entrevistando", convidando pra vir em casa e tals... Que Mauá? Né não? Muitos deles já conhecem suas histórias e a cilada em que estão se metendo, economiza drama e te deixa livre pra ser você mesma. E tem os passarinhos, os beija-flores, estes te dão choque só em tocar, bater os olhos, aqueles que vem desinquietar o que tá quieto, traz um desassossego danado, só de dizer que vem bater as asinhas pra essas bandas, os que deixam na saudade, que nunca se sabe quando voltam, se voltam, não fazem ninhos, mas te abastecem de energias positivas, te deixam aquele sorriso, instantes de felicidades, são breves, mas te enchem de vida e somem, e você vai sempre querer que eles voltem. Tem mais, mas aí você vai descobrindo com o tempo, o importante é não fechar os olhos estar atenta ao movimento, ampliar o ângulo de visão, sempre lembrando, esteja bem consigo mesma, e dá igual se tem ou não alguém com você, hoje prefiro viver só, e estar junto por que queremos, nunca por obrigação, aproveitar os momentos felizes, disfrutar de boas companhias e quando quiser sossego, vai pra casa se reencontrar. Isso sim é liberdade. Ser livre para escolher ser só ou ser junto, sem sofrer

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Eu vou ficar por aí...

06/05/2012 minha última postagem... Muitas histórias rolaram desde então. A vida deu um Lavoisier total, tudo se tranformou, tudo saiu dos eixos e nunca mais voltou, sabe por quê? Porque não existe eixo. As coisas mudam, as pessoas mudam, umas surgem, outras desaparecem, umas chegam, outras vão embora, umas se aproximam, outras se afastam, e o que é a vida se não uma roleta aleatória, que gira independente da nossa vontade, que traz enormes surpresas, que nos dá rasteiras, que nos dá alegrias, que nos ensina a ser paciente, que nos transforma, a cada giro, em pessoas melhores, ou não! Aprendi muito nestes anos, e nunca me darei por satisfeita, quero sempre aprender da vida, com a vida e com as pessoas, claro! Não somos eremitas, não estamos sós nesta vida, e mesmo que vivamos isolados, existe sempre um vizinho, um porteiro, um zelador, um ascensorista, um motorista de UBER, ou de busão, a quem devemos no mínimo, por educação, gentileza e cortesia, cumprimentar, interagir. Embora queiramos passar despercebidos, ser invisível, as pessoas estão aqui, ali, em todo lugar. E aaaahhhh! as pessoas, elas são encantadoras, maravilhosas, umas mais, outras menos, mas, mesmo as menos devem ser apreciadas, por que elas podem ser menos pra mim, mas deve ser muitos mais pra as mães delas, por exemplo. Quando digo MENOS não é menosprezando, é questão de relação, pessoas que me/te importam e pessoas que não me/te importam, Mesmo as que não me importam, importam, sei tá confuso, né? Deixa ver se me explico melhor. Quero dizer que todas as pessoas me importam, mesmo as que pouco me importam, me importam... é isso, se você não entendeu, entra pro time dos que não me entendem. Por que ninguém é obrigado a me entender, nem a concordar com o que penso. Respeito todos, inclusive os discordantes, por que discordar faz parte, nos obriga a dialogar, ouvir, nos faz crescer, evoluir como pokemons Agora sério, eu vou voltar a escrever, verdades, mentiras, ficção, fricção, reality... pessoas, personagens, o que der vontade. Prometo não comprometer ninguém com minhas sandices. Nomes serão trocados, as estórias serão acrescidas de pós-verdades pra ficar mais críveis, o exagero vai botar em dúvida, seria verdade? Os fatos não serão narrados cronologicamente. Podem ser passado, presente e futuro, tudo junto...d vamos embarcar nesta viagem, que já que estou sem grana pra viajar, vou viajar na imaginação e no teclado. Agarra esse míssil e vem junto. Bora sair por aí???

domingo, 6 de maio de 2012

Esses caras... Meus caras

Que amor é esse que me consome? Que saudade é essa que me paralisa? Que tempo é esse que não corre? Que lugar é esse que não é o meu? Que cama é essa que não é a minha? Que ausência é essa que é tão presente? Que corpo é esse que não se sente? Ele tem forma, tem olhos e sorrisos tristes, tem palavras bonitas, tem música, tem sentimentos, sente saudades... Pode ser mas não pode estar. Sinto falta dessa presença, do calor do corpo sólido, da maciez dos seus lábios, dos seus beijos, dos seus dentes, de sua barba mal feita em meu cangote, acendendo minha fogueira, me arrepiando e fazendo gemer, fazendo tremer minhas pernas, me fazendo querer seu sexo, seu corpo, seu coração... por vezes quis transferir meu peito pro seu pra que você sentisse a cada batida o quanto te quero... Te quero... Te quero... Te quero! Se isso tem um nome deve ser amor, se amor é isso está provado que ele existe, que é possível amar, que amar não é só felicidade, traz consigo dores e delícias, e eu estou cansada de tanta dor, mas sei que nosso momento está chegando e estaremos mais fortes que nunca, sabendo que queremos viver todas as delícias desse amor. Estou pronta! Para voltar, pra te reencontrar, pra te ter de volta, pra recomeçar, pra te amar. Xu, te amo!
Esse cara, ah esse cara... Esse cara chegou de mansinho, não era sua hora mas ele teimou, ocupou e resistiu, ocupou espaço no meu ventre, foram tantos sentimento conflituosos, não era minha hora, mas era a hora dele, e ele veio... Chegou pequeno e indefeso, junto com ele nasceram pai e mãe, e não sabíamos se seríamos capazes de ser-los, o que fazer com aquele “serzinho” quando sequer havíamos começado nossas vidas? Mas ele foi esperto, aprendemos com a ter sensibilidade e descobrir suas necessidades, crescemos juntos, um ensinando ao outro, ele nos ensinando a ser pai e mãe, e nós o ensinando a ser filho, e não é que ele aprendeu direitinho! Meu filho, que quero tanto, que amo tanto, que por vezes o deixei para cuidar da vida, mas saiba, não foi abandono nem egoísmo, fiz pra aprender e ensinar que a vida vai alem das portas de nossa casa, nossa escola, nosso trabalho. A vida é mais, o mundo é mais... Fui pra ensinar que quando queira partir pro mundo, este estará lá de braços abertos com todas as possibilidades, todas as dificuldades, toda sua aspereza e hospitalidade, quando estiver pronto para provar do mundo, prove! Independente do mundo que se apresente, sempre haverá uma lição a ser aprendida. Viva! Para não ter motivos para se arrepender por não ter feito. Se houver arrependimento que seja pelo que foi feito, nunca pelo que deixou de fazer... Amar é mais que proteger, amar é ensinar a caminhar e deixar cair, sofrer faz parte da vida, dói mas passa. E claro que seja por um tempo determinado, o sofrimento eterno é burrice, não insista nele... Sofra o suficiente pra aprender a lição, aprendeu? Parte pra outra. Não tenha medo de perder, lute! Não tenha medo de sofrer, ame! Não tenha medo de cair, ouse! Essa criaturinha cresceu, se fez homem, é maior que eu...Pode? É lindo! É Homem no melhor sentido da palavra, é honesto, é valente, é solidário, é doce, é amigo, é digno, é falho, não é perfeito, é humano e tem todos os defeitos dos demasiadamente humano. As vezes pensa que é meu pai, as vezes me sinto sua filha... Tenho uma admiração por essa figurinha, que de verdade penso: É, acertamos! Fizemos apenas ele, mas ele sozinho vale por muito, preenche nossos corações com seu amor, seu carinho, suas dúvidas e incertezas, companheiro, está sempre presente, segura nossas barras, nos protege, nos cuida, nos salva a vida! Esse cara é o meu negão, meu coração de melão, o cara que me salvou a vida, que eu amo tanto... Esse cara é meu filho Rafael.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sobre "Ocupar" e "Desocupar"


Em meio a debates acalorados, enxurradas de opiniões, necessidades de tornar Recife uma cidade acolhedora, humana, viva, dar-lhe mobilidade, serviços públicos de qualidade, transportes coletivos eficientes, ocupação do espaço público, investimentos em segurança pública para que possamos sair nas ruas sem medo de ser assaltados, deixar nossos carros em casa e fazer pequenos trajetos a pé, de bike, de busão, pegar bacurau no Cais de Santa Rita, vi que precisamos mudar nossas atitudes. Isso se chama desenvolvimento inteligente. As cidades são para as pessoas nós somos responsáveis por deixar ou não que o poder público faça “dela” o que quiser e se realmente queremos que algo mude, temos que começar por nós mesmos.
Já passou da hora de manifestar nossa indignação com o que fizeram com nossas cidades... Recife é uma cidade excludente, que só recebe seu “povo” no carnaval. Que não respeita o cidadão, que favorece a formação de bolsões de “riqueza” e “pobreza”, que valoriza o padrão milionário dos grandes empreendimentos imobiliários e esquece, esconde, faz de conta que não existem favelas, comunidades inteiras de excluídos, sem direito às necessidades básicas. Educação, saúde pública, habitação, saneamento, lazer...
Aí eu digo: é muito fácil ficar no discurso, né não?.
Quantos de nós que ficamos presos em engarrafamentos abrimos mão do carro e do ar condicionado? Ah, o trânsito está um inferno? E você está fazendo pra melhorar isso? Aumentando o som do seu carro? Reclamando no Facebook no seu Smartphone? Comprando outro carro por que seu/sua marido/esposa está chegando tarde e um carro só está atrapalhando o dia a dia? Seu filho passa no vestibular e você o presenteia com um carro? Tira o carro da garagem para ir na padaria a 3 quadras da sua casa? Não vou de bike por que é um calor do carai? Não vou a pé porque ninguém merece?
Então não reclama!
Recife não tem infraestrutura pra receber tantos carros e achar que construir viadutos, estacionamento para empilhar carro, Via Mangue, Via “nunseiquê”, vai resolver o problema é engano. Enquanto não tivermos transporte público de qualidade (busão e metrô), ciclovias, ruas com calçadas dignas e arborizadas que convide a uma caminhada, nada disso vai mudar.
As cidades que deram certo, do ponto de vista do cidadão, favorecem essa ocupação, o comercio é próximo, estão a seu alcance, não é necessário se deslocar do seu bairro para fazer qualquer tipo de compra ou serviço. Evita excesso de carro, trânsito e o inferno dos estacionamentos de shoppings. Recife se transformou em pequenas ilhas, todas afastadas das áreas residenciais, o que praticamente obriga a população a tirar o carro da garagem pra fazer tudo. Poucos são os bairros que possuem comércio, academias, serviços por perto. A cultura do shopping afasta o cidadão da cidade.
Aí eu pergunto de novo: Quantos de nós estamos dispostos a abrir mão da “segurança”, conforto, ar condicionado e facilidades de um shopping? Ambiente claustrofóbico, que impulsiona o consumismo, entupido de gente que esbarra em você e nem sequer pede desculpa, que brigam nas filas, que brigam por vagas no estacionamento, que igualzinho a muitos de nós só sabem reclamar, agir que é bom “NECAS”.
Passou da hora de deixarmos de reclamar e agir. Se “ocupa” ou “desocupa” não sei, mas uma mudança deste porte deve ser discutida pela sociedade, não imposta por construtoras, aceitas pelo poder público e a sociedade assistindo a tudo com a boca escancarada, banguela, esperando o rolo compressor transformar nossa cidade, sim porque a CIDADE É NOSSA, em um paredão de concreto, cercada de grama artificial por todos os lados.
Agora uma coisa é certa, vamos tomar atitudes que favoreçam a discussão, o “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço” está ultrapassado, é antigo demais pra quem quer ter uma cidade viável, devemos tomar atitudes proativas e responsáveis, pois nós somos os principais responsáveis pelos engarrafamentos, pela falta de qualidade de vida, por não ocupar a cidade.
Hoje, estou longe, em Barcelona, um exemplo de cidade que deu certo. Aqui as pessoas passeiam nas calçadas dos bairros, existe acessibilidade para pessoas deficientes, idosos, existe mobilidade, o transporte público funciona (ônibus, trens e metrô), as principais avenidas tem ciclovias, os semáforos são para motoristas, ciclistas e pedestres. Aqui como deveria ser em todos os lugares, a prioridade no trânsito é de quem está fora do carro. O maior é responsável pelo menor. Aqui se respeitam as faixas de pedestre, se respeita a bike como meio de transporte.
Aí eu pergunto: é tão impossível assim que isso aconteça no Recife?
Eu de minha parte adoro como Barcelona funciona mas não queria ter que viver aqui pra sempre, prefiro acreditar que não é preciso ir embora de Recife pra viver uma cidade civilizada, que é possível transformar nossa realidade, que podemos reivindicar nosso espaço como cidadãos, que nossa mentalidade ainda tem muito que evoluir, e que mesmo longe do atingirmos este ideal, estamos no caminho certo.
OCUPE RECIFE!

sábado, 24 de março de 2012

Deu saudades de escrever aqui.



Então, este blog surgiu como um diário de bordo de minha viagem a Barcelona em 2008 para iniciar o doutorado, virou caderno de notas da investigação, e voltou a ser um lugar onde expresso minhas emoções, minhas alegrias e meus desabafos nas horas complicadas da vida.

Tudo é muito pessoal, a vezes acho que me exponho mais que o necessário. Mas ao mesmo tempo gosto de ter um lugar onde me expresso com liberdade. E aqui é esse lugar.

Acabei de escrever a tese, meu doutorado está no fim, devo defendê-lo em maio. Estou quase lá. Esse período não foi fácil, tive que me reinventar, muitas transformações na pessoa, na profissional, na mulher, na mãe. Penso que me tornei uma pessoa melhor, conheço minhas limitações. Criei uma imagem de mulher forte, determinada, decidida, mas não é bem assim. Sou frágil, tenho meus medos, minhas dores, minhas frustações, a diferença é que tudo isso diferente de me paralisar, me mobiliza, me faz sair da inércia, os desafios me movem. E por isso estou aqui, de volta a Barcelona pra encerrar mais uma etapa, com certeza a mais difícil, e possivelmente a mais gratificante.

Tenho um montão de gente a quem agradecer, dá até medo de citar nomes e acabar esquecendo de alguém, mas estas pessoas sabem quem são, e o quanto eu sou grata a elas. Pelo apoio, por acreditar, pelo amor incondicional, pelos sacrifícios, pelo incentivo e, por que não, pelo "investimento financeiro" fundamental para que as coisas acontecessem.

Talvez esse blog acabe junto com o doutorado, ou não! caso tenha um bom motivo para mantê-lo seguirei por aqui. Talvez ele dure apenas mais 2 meses que é o que me falta para voltar pra casa e voltar a "vida normal".

Deli, Negão, Mainha, Painho, vocês são responsáveis por essa vitória. Amo bem muitão!

Tô cheia de saudades, mas chego já faltam 60 dias.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Ficando velha?

Nem faz uma semana e parece que é tanto tempo, foram apenas 5 dias, e eu estou cansada.
o excesso de nada cansa mais do ter milhões de coisas pra fazer. a cidade é a mesma, nada saiu do lugar, mais do mesmo. já somos íntimas, tão íntimas que parece casamento em crise. Não tem novidade, estamos acomodadas. Barcelona já não me desafia, e quando desafia estou pronta pra guerra.

Não tenho muita vontade de nada, próxima semana tem universidade, vou buscar uma academia e voltar a treinar, pelo menos limpa a cabeça, higieniza os pensamentos e te faz contar até 15.

O tempo rasteja quando quero que ele corra. quero que se acabe. quero voltar.

Sinto saudades de uma vida "normal" é muito doido isso, porque eu gosto de viver "la vida loca" mas hoje, agora, não quero. Acho que estou ficando velha.